Ridley Scott fala sobre crenças em 'Exôdo: Deuses e Reis' – Por Carlos Brito
Filme aborda a vida de Moisés e a
libertação de hebreus do Egito
Não deixa de ser curioso que o
homem responsável pelo registro cinematográfico de um dos principais momentos
do Velho Testamento não seja adepto da religião fundada por Jesus Cristo.
Ridley Scott, que dirige: ‘Êxodo: Deuses e Reis’, ainda tem dúvidas sobre a
veracidade dos fatos narrados no livro sagrado. Isso, no entanto, não o fez
pensar duas vezes antes de assumir a recriação, na tela, da história de Moisés
e da libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Enquanto falava sobre o
filme, que chega ao circuito na quinta-feira, ele mesmo definiu seu
posicionamento espiritual.
“Sabe, eu sou basicamente
agnóstico, o que equivale a dizer que não tenho certeza da verdade”, explicou o
cineasta inglês. “Mas tenho uma sensação de que há coisas ali que devem ser
reais. E quanto mais eu me aprofundo, mais a Bíblia se torna incrível como um
livro de histórias.”
A terceira adaptação
cinematográfica do Êxodo hebraico, as duas primeiras são versões de ‘Os 10
Mandamentos’, de 1923 e 1956, ambas dirigidas por Cecil B. DeMille, segue o
modelo adaptado por suas predecessoras: cenários imensos, milhares de extras,
figurinos impressionantes, além de três estúdios ocupados e locações na Espanha
e Inglaterra. Isso sem falar no investimento maciço em efeitos especiais, como
fica evidente na cena onde o Mar Vermelho é aberto.
Ou seja, o tipo de produção que
Scott se acostumou a conduzir ao longo da carreira. Uma breve olhada em sua
filmografia confirma a vocação para épicos: ‘Gladiador’, ‘Cruzada’, ‘Robin
Hood’, além de pelo menos dois clássicos de ficção científica: ‘Alien, O Oitavo
Passageiro’ e ‘Blade Runner’.
“Grandes e pequenas produções me tomam o
mesmo tempo. Por isso, costumo escolher as grandes. Gosto da sensação de criar
mundos, construir universos.”
No centro do roteiro de ‘Êxodo:
Deuses e Reis’, está o embate entre Moisés e o faraó Ramsés, interpretados,
respectivamente, por Christian Bale e Joel Edgerton.
Este último sabe que, pelo
fato de o filme abordar a vida de um personagem fundamental na história de duas
das três maiores religiões monoteístas, Moisés é figura importante tanto para o
Cristianismo quanto para o Judaísmo, o público vai reagir em diferentes níveis
à produção.
“Quando falamos sobre religião,
não é possível agradar a todos”, comentou Edgerton. “Por isso, alguns
apreciarão ‘Êxodo’ apenas como um filme, outros irão vê-lo como um documento
histórico. E ainda há os que vão encará-lo como um comentário sobre religião.
No fim, dependendo da experiência que você traz consigo, todas essas
interpretações são verdadeiras.”
Fonte: http://odia.ig.com.br
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