Noventa mil pessoas comemoraram o aniversário da cidade em shows gratuitos no fim de semana – Por Laura Fernandes
Se o baiano é conhecido por ser
festeiro, o aniversário de Salvador não podia ser diferente. Só no fim de
semana, 90 mil pessoas foram aos shows espalhados pela cidade. O maior público
foi o de Maria Bethânia: 50 mil foram à Barra.
Cadeirantes, fãs se apoiando na bengala, casais de mulheres, fiéis, ateus, jovens, idosos, freiras e padres. A diversidade estava presente na Praça Castro Alves, ontem, que reuniu cerca de 10 mil pessoas no encerramento do Festival da Cidade, segundo estimativas da prefeitura e da Polícia Militar.
No dia do
aniversário dos 466 anos de Salvador, a primeira capital do país teve direito a
bolo, parabéns, fogos de artifício e show gratuito do padre Fábio de
Melo, que recebeu os soteropolitanos com seu ar de pop star.
Devoto, o público plural cantou cada letra e refrão e ouviu atento e emocionado às pregações do padre mineiro, que apresentou o repertório do disco Solo Sagrado (2014).
Devoto, o público plural cantou cada letra e refrão e ouviu atento e emocionado às pregações do padre mineiro, que apresentou o repertório do disco Solo Sagrado (2014).
“É uma honra para mim, sobretudo hoje, que estou voltando de um
roteiro de dez dias de peregrinação na Itália. A música por excelência é
religiosa e tenho o prazer de fazer com que meu sacerdócio possa estar também
pelos povos”, disse o padre, que acumula mais de 4 milhões de curtidas no
Facebook.
Questionado sobre o sincretismo religioso do povo baiano, ele defendeu que “o encontro de religiões é muito bem-vindo”.
Questionado sobre o sincretismo religioso do povo baiano, ele defendeu que “o encontro de religiões é muito bem-vindo”.
“Rezamos todos separados e depois nos
juntamos para matar a fome dessa gente. Salvador é um lugar das diferenças e o
sincretismo é muito grande, mas é um lugar de paz, que não tem conflito de
religiões”, opinou.
Devoção
Devoção
Na frente do palco e com um terço na mão, a psicóloga Ivna Beck, 54 anos, garantiu que faz tudo pelo religioso.
“Padre Fábio tem vários dons do espírito
santo. Ele consegue colocar verdade de maneira simples e com sensibilidade ao
cantar. Tem o dom da oração. Merece ser visto. Onde ele for, eu vou!”, contou a
fiel.
Já a fotógrafa Anne Mello, 21 anos, que estava acompanhada da esposa, a secretária Taiane Caldas, 23 anos, afirmou que não estava ali pela religião.
Já a fotógrafa Anne Mello, 21 anos, que estava acompanhada da esposa, a secretária Taiane Caldas, 23 anos, afirmou que não estava ali pela religião.
“Sempre acompanho ele, mesmo não sendo católica. Ele passa mensagens sobre o
amor, ele transmite para a gente, pra gente transmitir também. Para mim basta”,
disse a fotógrafa, que chegou cedo para garantir um lugar na frente, já que,
segundo ela, no show de Maria Bethânia, passou sufoco para ver a diva.
Comemorações
Comemorações
O show do padre Fábio de Melo marcou não só o encerramento do Festival da Cidade, mas também, o início das comemorações da Semana Santa. Esse foi o ponto alto do dia, mas os festejos pelos 466 anos de Salvador começaram cedo, com um espetáculo em homenagem à cidade, por volta das 17h45.
Salvador, 466 Anos de
Paz reuniu 466 baianas, 466 capoeiristas e 466 percursionistas em um grande
abraço simbólico à aniversariante, na Praça Castro Alves, em frente à estátua
do poeta. Juntos, eles cantaram parabéns, carregaram bolo e se apresentaram sob
as luzes de um show pirotécnico.
Também em clima de festa, o padre Fábio de Melo cantou Parabéns no ritmo da música Cara Caramba, Sou Camaleão. Ele recebeu no palco um buquê de girassol e astromélia em nome de dom Murilo Krieger e do prefeito ACM Neto.
Também em clima de festa, o padre Fábio de Melo cantou Parabéns no ritmo da música Cara Caramba, Sou Camaleão. Ele recebeu no palco um buquê de girassol e astromélia em nome de dom Murilo Krieger e do prefeito ACM Neto.
“Muito
obrigado. Agradeço a dom Murilo e ao nosso prefeito ACM Neto pela oportunidade,
pelos 466 anos dessa cidade que vem sendo um orgulho para o Brasil”.
Já o prefeito ACM Neto avaliou
como muito positivo o Festival da Cidade. “Foi um sucesso. Quando a gente faz
aniversário, a gente pensa no futuro e a cidade vem melhorando cada vez mais”,
disse. Ele aproveitou para fazer um balanço do festival: “Foi muito boa a
quantidade de pessoas nas ruas e um dos pontos altos foi o show de Maria
Bethânia. Foi o maior público que o Farol da Barra já reuniu. Esse é um evento
a mais para baianos e turistas e está consolidado na agenda dos grandes eventos
de Salvador”.
Se grande público é sinônimo de carisma e popularidade, Salvador não tem do que reclamar. Do alto dos seus 466 anos, reuniu uma multidão de 90 mil pessoas para comemorar seu aniversário. Festeira que só, não se contentou com apenas um dia de shows. Eclética, fez questão de ter diferentes ritmos. E pra atender a tantos filhos queridos, festejou com shows, no fim de semana, em vários cantos da cidade.
O largo e o gramado do Farol da Barra ficaram lotados no sábado à noite. Ruas internas e parte da avenida Oceânica, inclusive de onde não se podia ver o palco, também foram tomadas.
Um público estimado pela Prefeitura em 50 mil
pessoas foi ao show mais esperado do aniversário de Salvador: o de Maria
Bethânia. A Polícia Militar estimou 35 mil pessoas. “A Barra lotou. Maria
Bethânia deu um público que eu não vi nem no Réveillon”, comemorou o presidente
da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro.
A ilustre santamarense fez um show gratuito na primeira capital do Brasil depois de 15 anos. Na multidão, gente de tudo quanto é canto. De turistas ingleses a uma amiga de infância da cantora. “Brincava com ela bem pequenininha, lá em Santo Amaro. Hoje, sigo por onde posso”, disse Ednal Santos Lima, 69 anos.
A ilustre santamarense fez um show gratuito na primeira capital do Brasil depois de 15 anos. Na multidão, gente de tudo quanto é canto. De turistas ingleses a uma amiga de infância da cantora. “Brincava com ela bem pequenininha, lá em Santo Amaro. Hoje, sigo por onde posso”, disse Ednal Santos Lima, 69 anos.
“Meu nome é Ednal, mas ela me conhece como Nal. Bote aí”, pediu,
acompanhada de outras 19 santamarenses. O turista inglês, por sua vez, estava
boquiaberto. “Eu sei que ela é uma das maiores cantoras do seu país. Mas assim
ao vivo é demais”, espantou-se Neil Bregman, 39 anos.
No meio do público, que acompanhou letra por letra os sucessos da diva, gente de todas as idades. A multidão chegava a se aglomerar atrás do palco e na virada do edifício Oceania, além da rua Marques de Leão. Pessoas com deficiência física tiveram um lugar reservado, com visão privilegiada do show.
No meio do público, que acompanhou letra por letra os sucessos da diva, gente de todas as idades. A multidão chegava a se aglomerar atrás do palco e na virada do edifício Oceania, além da rua Marques de Leão. Pessoas com deficiência física tiveram um lugar reservado, com visão privilegiada do show.
“De cima não dava nem para ver o chão. Estava muito adensado, entre quatro e
cinco pessoas por metro quadrado. Diante da área total ocupada, acreditamos que
tinha 50 mil pessoas”, explicou o presidente da Saltur, Isaac Edington.
Bethânia mostrou que continua a mesma. Em sua voz, sucessos como Negue, Gostoso Demais e Dona do Raio estremecem qualquer coração. Mas quando Margareth Menezes e Mariene de Castro subiram ao palco, muitos se emocionaram, especialmente na homenagem à cidade, com É d´Oxum.
Bethânia mostrou que continua a mesma. Em sua voz, sucessos como Negue, Gostoso Demais e Dona do Raio estremecem qualquer coração. Mas quando Margareth Menezes e Mariene de Castro subiram ao palco, muitos se emocionaram, especialmente na homenagem à cidade, com É d´Oxum.
Um presentão para a economista
Lorena de Castro, 57 anos. Aniversariante do dia, foi cedo, com seis amigas,
todas com seus banquinhos, esperar a apresentação. “Não é todo dia que a gente
tem Bethânia de graça, né?”.
A santamarense reservou uma
surpresa para os minutos finais do show. O público ouviu o rufar dos tambores e
a banda Didá subiu ao palco para fechar a noite com a canção O Que é, O que é,
de Gonzaguinha. Depois, o público foi surpreendido por dez minutos de show
pirotécnico.Mas a festa foi além da Barra.
O campo de futebol da Pronaica,
em Cajazeiras X, acostumado a sediar clássicos do futebol de várzea de
Salvador, deu lugar, anteontem à noite, a outro tipo de espetáculo: o show do
cantor Daniel. “Se eu gosto dele?! Ôxe, amo de paixão!”, dizia Jéssica Bonfim,
24 anos, enquanto esperava ansiosa pelo cantor. Qualquer movimento no palco era
o bastante para interromper a conversa por achar que era o ídolo chegando. “Ai,
meu Deus! Já pensou se ele canta pra mim?”.
Acompanhado da esposa, o
aposentado João Roberto de Carvalho Santos, 54, morador da redondeza, disse que
era raro ter uma chance de um show daqueles ali. “No dia a dia, nossas opções
de lazer são umas competições que têm no campo ou os bares mesmo”.
Às 20h20, Daniel subiu ao palco e
tirou do baú um dos primeiros sucessos: “Desejo de Amar”. Prato cheio para os
casais apaixonados, ele cantou muitas baladas românticas. Mas não faltou o
Parabéns a Você. “Salvador tem uma energia diferente”, disse.
A prefeitura
estimou um público de 15 mil pessoas. A PM calculou 13 mil. Na Boca do Rio,
segundo a prefeitura, 15 mil foram ver o É o Tchan. Por Alexandre Lyrio e
Roberto Midlej.
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