Vida após a morte não é apenas um assunto da religião espírita, diz especialista – Por Nelson Junior


A 14ª União Regional Espírita promoveu recentemente em Pato Branco uma palestra com a professora Sandra Borba. 

A pernambucana, radicada no Rio Grande do Norte, é doutora em História e Filosofia da Educação e uma respeitada estudiosa da doutrina espírita.

O encontro gratuito aconteceu no anfiteatro da Faculdade de Pato Branco (Fadep), e abordou o tema: “Encontros e Desencontros no Plano Espiritual”. Segundo Sandra, o tema se relaciona com a obra: “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, que completa 150 anos de lançamento em 2015.

A obra é o quarto livro da chamada Codificação Espírita. Sandra explica que em sua primeira parte a obra reflete sobre aspectos da imortalidade da alma, para na sequência trazer depoimentos de espíritos, coletados por Allan Kardec e seus colaboradores, sobre o momento da morte e as relações que se sucedem a ela.

Para a autora, o tema é provocativo, e vai além das fronteiras da doutrina espírita. “De uma maneira ou de outra, a certeza da imortalidade da alma é um debate da maioria das crenças”, diz a especialista, que continua. “As grandes perguntas são: o que ocorre do outro lado da vida? Será que a gente encontra os afetos e desafetos?”

Sandra explica que, de acordo com a doutrina espírita, o encontro pode acontecer até mesmo antes da morte. “É muito comum na cultura ocidental, pessoas que estão perto da desencarnação dizer que recebem a visita de parentes falecidos”, explica.

O assunto, porém, possui variáveis. Ela usa como exemplo um dos depoimentos registrados em “O Céu e o Inferno”. Nele, um filho à beira da morte abraça a mãe e a tranquiliza, dizendo que em breve ambos se reencontrariam. A mãe, na intenção de adiantar o reencontro, se suicida, o que acaba os afastando ainda mais. Mais tarde, o espírito do filho se comunica, lastimando a atitude da mãe.


Segundo Sandra, em praticamente todas as culturas há relatos sobre a vida após a morte, o que motiva inclusive investigações científicas por parte de médicos, psiquiatras e outros estudiosos da chamada experiência de quase morte. “Não é mais uma questão apenas religiosa”, resume.




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