A Intolerância religiosa foi partidarizada – Por Victório Galli
A tolerância religiosa no Brasil
nunca foi uma medida imposta por decreto. É um aspecto cultural.
A tolerância religiosa no Brasil
nunca foi uma medida imposta por decreto. É, antes disso, um aspecto cultural.
Mas, ainda assim, a Constituição resguarda a liberdade de culto e o Código
Penal tipifica como crime a Intolerância Religiosa.
No entanto, a tendência à convivência pacífica tem sido cada vez mais posta em xeque por criminosos, e de uma forma que as autoridades não podem fazer vista grossa. Nos últimos dias, uma menina de 11 anos, adepta da prática “candomblecista”, foi atacada a pedradas por alguns “malfeitores que devem ser identificados e aprisionados, devem pagar pelo crime cometido”.
No entanto, a tendência à convivência pacífica tem sido cada vez mais posta em xeque por criminosos, e de uma forma que as autoridades não podem fazer vista grossa. Nos últimos dias, uma menina de 11 anos, adepta da prática “candomblecista”, foi atacada a pedradas por alguns “malfeitores que devem ser identificados e aprisionados, devem pagar pelo crime cometido”.
Ocorre que, tal ato, triste em
todas as suas nuances, foi ideologizado e tratado como uma prática corriqueira
dos cristãos. De repente, os oportunistas de plantão, trataram esse ato,
repito, “criminoso”, como um ato tramado por evangélicos, e a mídia, mais uma
vez, fez coro a essa fraude, aderiram a mentira sem ao menos terem acesso às
investigações. A condenação de evangélicos foi sumária, típica de militantes
ideológicos que não tem apreço pela verdade.
É necessário, antes de tudo,
devolvermos a verdade ao debate. Os cristãos verdadeiros, católicos ou
evangélicos, pregam e vivenciam um evangelho de amor, de valores familiares e
buscam distância da violência e de atos criminosos. Nós defendemos nossos
valores com ênfase, mas, jamais, com vandalismos.
"É necessário, antes de
tudo, devolvermos a verdade ao debate. Os cristãos verdadeiros, católicos ou
evangélicos, pregam e vivenciam um evangelho de amor, de valores familiares e
buscam distância da violência e de atos criminosos. Nós defendemos nossos valores
com ênfase, mas, jamais, com vandalismos".
O grande problema é que há um
discurso fácil de que a intolerância religiosa atinge somente aos cultos de
origem africana. Como exemplo eu trago a Comissão de Combate à Intolerância
Religiosa (CCIR), no Rio de Janeiro, composta por integrantes de diversos
segmentos religiosos, além do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, do
Ministério Público e da Polícia Civil do RJ. E cujo interlocutor, desde que a
“Comissão” foi criada em 2008, é um integrante de religião afro-brasileira, o
“babalorixá”, Ivanir dos Santos.
A existência dessa Comissão não
tem implicado em combate a atos de intolerância religiosa contra outras
religiões, o que fica claro que sua atuação seja contra intolerância religiosa,
somente, em favor das afro-brasileiras, ou seja, estamos diante de uma
parcialidade ideológica e religiosa. A exemplo pode-se citar o vilipêndio aos
símbolos católicos ocorrido por ocasião da Jornada Mundial da Juventude
realizada no Rio de Janeiro, em 2013, por integrantes da ‘marcha das vadias’. Não foi
patente aos olhos da sociedade qualquer ação proposta por essa Comissão
“fluminense” que visasse acionar judicialmente os intolerantes.
Recentemente, em maio deste ano, em Barretos/SP, uma estudante de 12 anos foi agredida por outros colegas de escola, simplesmente por professar a fé evangélica. O tio da garota, que tentou socorrê-la, também foi agredido a pauladas tendo sofrido traumatismo craniano e seu rosto desfigurado.
Apesar de ser um caso, também sério, de intolerância religiosa, ele não teve repercussão na mídia, ressaltando a impressão de que existe um consenso de que a intolerância religiosa só ocorre quando o agredido é de religião diversa da cristã.
A imprensa, esse Congresso e a Justiça devem estar alinhados com a defesa da Constituição e das leis, repudiando, com igual destemor, todos os que escolhem um viés de contrariedade dos direitos e garantias individuais. É preciso que a sociedade esteja atenta, a fim de denunciar qualquer ato que venha configurar cerceamento à liberdade de culto ou de expressão, sob o pretexto de que ações e palavras possam estar ofendendo essa ou aquela religião.
Recentemente, em maio deste ano, em Barretos/SP, uma estudante de 12 anos foi agredida por outros colegas de escola, simplesmente por professar a fé evangélica. O tio da garota, que tentou socorrê-la, também foi agredido a pauladas tendo sofrido traumatismo craniano e seu rosto desfigurado.
Apesar de ser um caso, também sério, de intolerância religiosa, ele não teve repercussão na mídia, ressaltando a impressão de que existe um consenso de que a intolerância religiosa só ocorre quando o agredido é de religião diversa da cristã.
A imprensa, esse Congresso e a Justiça devem estar alinhados com a defesa da Constituição e das leis, repudiando, com igual destemor, todos os que escolhem um viés de contrariedade dos direitos e garantias individuais. É preciso que a sociedade esteja atenta, a fim de denunciar qualquer ato que venha configurar cerceamento à liberdade de culto ou de expressão, sob o pretexto de que ações e palavras possam estar ofendendo essa ou aquela religião.
É necessário reconhecer que toda
violência, contra qualquer prática religiosa, deve ser repudiada com veemência,
pois são práticas criminosas. Lembrando que nós, cristãos, também somos vítimas
do ódio e do desrespeito aos nossos símbolos e crenças e, como brasileiros,
merecemos ser respeitados e não apontados, de forma irresponsável, como
responsáveis pelos atos de loucuras de criminosos e desocupados.
Victório Galli é professor
de Teologia e deputado federal pelo PSC– T.
Fonte: http://midianews.com.br
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