Bispos divulgam nota contra uso de imagens religiosas na Parada Gay – Por Carolina Dantas
CNBB em SP diz que foram 'claras
manifestações de desrespeito'. Transexual 'crucificada' Viviany Beleboni não
foi citada na nota.
A Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) em São Paulo divulgou nota nesta quinta-feira (11/06) com posicionamento
contrário ao uso de símbolos religiosos durante a 19ª Parada do
Orgulho LGBT, realizada no último domingo (07/06).
A atriz Viviany Beleboni, de
26 anos, foi até o evento na capital paulista presa em uma cruz. Segundo a
transexual “crucificada”, o ato foi realizado para “representar a agressão e a
dor que a comunidade LGBT tem passado”. Ela foi fotografada por João
Castellano, da agência Reuters e a imagem viralizou nas redes sociais. Viviany
chegou a receber ameaças de morte.
A nota, divulgada no site da
conferência e no Facebook de dom Odilo Scherer, diz que foram “claras
manifestações de desrespeito à consciência religiosa de nosso povo e ao símbolo
da fé cristã, Jesus crucificado”. O texto também aponta que a “fé cristã e católica,
e outras expressões de fé encontram defesa e guarida na Constituição Federal”.
A CNBB também expressou repúdio
ao uso da imagem de Jesus na Parada Gay e apela “aos responsáveis pelo Poder
Público, guardiães da Constituição e responsáveis pela ordem social e pelo
estado democrático de direito, que defendam o direito agredido”.
A nota não cita diretamente o
nome da transexual, mas a imagem de Viviany circulou pelas redes sociais e provocou
até uma manifestação de deputados evangélicos e católicos na Câmara dos
Deputados.
Além disso, durante esta semana
diferentes fotos circularam nas redes sociais mostrando pessoas usando a imagem
de Jesus Crucificado. Algumas delas, no entanto, não foram feitas na Parada Gay
2015. Scherer já havia se pronunciado
na segunda-feira (08/06) sobre a fotografia de Castellano e o ato de Viviany em sua
página no Facebook.
“Muitas pessoas me questionaram
sobre a imagem de um transexual na cruz durante a Parada Gay. Entendo que quem
sofre se sente como Jesus na cruz. Mas é preciso cuidar para não banalizar ou
usar de maneira irreverente símbolos religiosos, em respeito à sensibilidade
religiosa das pessoas. Se queremos respeito, devemos respeitar”.
Fonte: http://g1.globo.com
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