"Espiritualidade é aquilo que provoca uma mudança interior", diz juiz Egberto Penido em seminário



A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de São Paulo, em parceria com a Escola Paulista da Magistratura (EPM), realizou o seminário:

 Religião e Infância e Juventude

No Fórum João Mendes Júnior. O evento reuniu integrantes das equipes técnicas de atendimento: 145 participantes na Sala do Servidor e outros 400 inscritos que acompanharam por transmissão on-line.

Em sua exposição, o juiz da 1ª Vara Especial da Infância e da Juventude da Capital e responsável pela Área da Justiça Restaurativa da CIJ, Egberto de Almeida Penido, explicou que existem várias interpretações para religião. 

“Elegi o significado de religar. A busca de religarmos, reatarmos a conexão com algo que transcende a matéria. A busca ao resgate do sagrado”, disse. Esclareceu que não pontuava nenhuma religião específica porque, no final, todas remetem ao mesmo lugar: “Espiritualidade é aquilo que provoca uma mudança interior. Tem a ver com ação, prática, e não com palavras. A doutrina dela é a compaixão”.

Egberto afirmou que cabe aos pais orientar seus filhos e saber respeitar a opção diversa. Destacou que também deve haver esse cuidado com as crianças institucionalizadas. Abordou, ainda, questões como a restauração do valor justiça pela perspectiva espiritual; o caminho da transformação individual e coletiva; e que a dinâmica da resolução de conflitos deve possibilitar a real transformação das pessoas envolvidas.

O mestre em ciências da religião, doutor em filosofia e pós-doutor em Direitos Humanos, Adelino Francisco de Oliveira, parabenizou o Tribunal pela escolha do tema. 

“É bom perceber que a preocupação também faz parte desta Casa. Precisamos pensar sobre a crise em que nos encontramos, o esgotamento de um modelo de sociedade, pautado no materialismo, a ausência de referência do sagrado e a busca desesperada pelo prazer a todo custo, para pensarmos então na pertinência da espiritualidade”, afirmou. 

Citou grandes autores e filósofos renomados para explicar a infância como lugar privilegiado da manifestação do sagrado, espiritualidade, violência e amor.


O evento foi prestigiado pelo coordenador da CIJ, desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa; pelo integrante consultor da CIJ, desembargador Antonio Carlos Malheiros; pela juíza assessora da Vice-Presidência do TJSP, Alice Galhano Pereira da Silva, que representou o vice-presidente Eros Piceli; e pelo juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça, Paulo Roberto Fadigas César.




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