Governador Rui Costa/BA convoca religiosos para luta contra violência - Por Aparecido Silva
Durante o encontro, Rui também
falou da importância da educação. O governador participou do primeiro encontro
do programa Pacto Pela Vida.
Apostando na possibilidade de que
as diversas lideranças religiosas possam ajudar a superar violência no estado,
o governador Rui Costa realizou ontem o primeiro encontro do programa Pacto
Pela Vida com representantes de variadas religiões.
“É importante a iniciativa de
convidar as religiões para que possamos, juntos, nos envolver e discutir um
problema que não é só do governo, ou dos secretários, ou do Ministério Público,
ou da Justiça, mas é um problema da sociedade”, justificou Rui.
“Todos os líderes da sociedade
podem e devem se envolver e ajudar a superar este quadro difícil da cultura da
violência em nosso estado e nosso país. Queremos replicar isso com outras
lideranças da sociedade”, revelou. Durante o encontro, Rui também falou da
importância da educação, considerado um dos principais focos da sua gestão.
“Não tenho a intenção de
transformar a escola em um instrumento para cooptar as pessoas para as
religiões. O importante é discutir a história do catolicismo, das religiões
protestantes, os valores e princípios dos espíritas. O que pretendemos
proporcionar é conhecimento e reflexão para essa juventude, que deve discutir
filosofia e referências de vida. A ideia é convidar todas as visões de mundo,
as visões religiosas, para replicar essa visão sobre horizontes de vida, modos
de enxergar o mundo, é o que quero levar para dentro das escolas”,
afirmou.
“Além da ação nas escolas, eu
pedi a ajuda deles[líderes religiosos] na ressocialização daqueles que estão
privados de liberdade, mesmo que parcial, e também do envolvimento do deles com
o trabalho comunitário. Algumas dessas lideranças já realizam atividades comunitárias
e podem ter uma sinergia maior se tiver o apoio do governo”, disse o
governador.
O representante do segmento
espírita, João Neves da Rocha, ressaltou que atualmente o aluno é muito
estimulado na divergência, na disputa, na competição e não na tolerância e na
compreensão da igualdade que todo ser humano traz em si. “Então, é necessário
que a educação ganhe uma nova dimensão, um novo direcionamento”.
André Luiz Nascimento dos Santos,
da Casa de Oxumaré, apresentou sugestões que podem ser aproveitadas pela
proposta do governador Rui Costa. “É muito importante pensarmos políticas
transversais em que se atrele a espiritualidade e ações de Estado. É uma forma
de construir políticas públicas pensando no ser humano em sua totalidade. São
exemplos o ensino da tradição afro-brasileira nas escolas públicas, articular a
trajetória do povo negro na educação. Também é possível colocar os templos
religiosos como articuladores de diversas políticas públicas”, sugeriu André.
O encontro realizado na sede do
Ministério Público (MP), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), contou com
representantes de órgãos de segurança pública, secretarias estaduais, além de
instituições como a Defensoria Pública e o Tribunal de Justiça da Bahia.
Estiveram representadas as igrejas batista, católica, evangélica, presbiteriana,
as religiões de matriz africana, espírita e judaica.
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