Guerras religiosas escondem interesses políticos - Por Francisco Pedro


Relatório da Cáritas italiana revela um “aumento preocupante” da intolerância religiosa em todo o mundo. E estima que mais de 100 milhões de cristãos sejam vítimas de discriminação.

“Muitas vezes, as chamadas “guerras religiosas” escondem interesses políticos e alguma supremacia específica”, concluíram os autores de um relatório sobre a violência e discriminação que sofrem os cristãos e as minorias espalhadas pelo mundo, tornado público esta semana pela Cáritas italiana. 

O documento, intitulado: “Cristãos perseguidos: entre o terrorismo e a migração forçada”, documenta “um aumento preocupante da intolerância, não só no Médio Oriente, cenário de conflitos como o da Síria e Iraque”, mas em vários outros pontos do globo: “Mais de 100 milhões de cristãos são vítimas de discriminação, perseguição e violência exercida por regimes totalitários ou seguidores de outras religiões”. 

“Desde Novembro de 2013 até Outubro de 2014, estima-se que o número de cristãos assassinados por razões estritamente ligadas à sua fé chegou a 4.344, e que houve 1.062 igrejas atacadas pelas mesmas razões”, pode ler-se no relatório, que aponta a Coréia do Norte, Somália, Iraque, Síria, Afeganistão, Sudão e Irão, como os países mais perigosos para os cristãos.


Além de revelarem a dinâmica política de conflitos rotulados por vezes de forma errada, os especialistas aproveitaram para realçar a existência de casos onde há uma verdadeira convivência e cooperação entre religiões, dando como exemplo a Cáritas do Médio Oriente, onde cristãos e muçulmanos trabalham cada vez mais em conjunto.






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