Papa visitou «Ground Zero» para cerimónia com responsáveis de outras religiões
O Papa visitou hoje «Ground Zero»
de Nova Iorque, para uma cerimónia pela paz com responsáveis de outras
religiões, no memorial dos atentados do 11 de Setembro de 2011.
Francisco foi recebido no local
pelo arcebispo da cidade norte-americana, cardeal Timothy M. Dolan, e depôs uma
coroa de flores junto à fonte sul, onde saudou individualmente 20 familiares de
socorristas que morreram na sequência dos ataques terroristas.
O Papa desceu ao piso 4 do
memorial para chegar à ‘Foundation Hall’, para encontrar-se com 12 líderes
religiosos. O encontro começou com uma
apresentação do cardeal Dolan e a reflexão de um rabi e um imã, antes da
recitação da Oração pela Paz, feita pelo Papa Francisco.
A cerimónia incluiu a leitura de
cinco meditações sobre a paz de várias religiões (hindu, budista, sikh, cristã
e muçulmana) e a oração judaica pelos defuntos. Francisco encerrou o encontro com
o seu discurso, no qual evocou "milhares de vidas foram arrancadas num ato
sem sentido de destruição”, numa “perda injusta e gratuita de inocentes”.
O Papa falou num lugar onde a dor
é “palpável”, recordando “todas aquelas vidas que estavam sob o poder daqueles
que creem que a destruição é o único modo de resolver os conflitos”. “A lógica dia vIolência, do ódio,
da vingança só pode produzir angústia, sofrimento, destruição, lágrimas”,
alertou.
O pontífice argentino recordou o
encontro com famílias dos primeiros socorristas caídos em serviço e realçou que
“a destruição nunca é impessoal, abstrata. Aqui, no meio duma angústia
lancinante, podemos palpar a bondade heróica de que também é capaz o ser
humano, a força escondida a que sempre devemos recorrer”, acrescentou.
Nesse contexto, o Papa elogiou o
papel dos bombeiros de Nova Iorque, num momento em que se vivia “uma questão de
humanidade” e não “uma questão de sangue, de origem, de bairro, de religião ou
de opção política”. “Os bombeiros de Nova Iorque
entraram nas torres que estavam a ruir sem dar muita atenção à sua própria
vida. Muitos caíram em serviço e, com o seu sacrifício, salvaram a vida de
muitos outros”, lembrou.
Francisco sustentou que a vida
está destinada a “triunfar sobre os profetas da destruição, sobre a morte”,
desafiando os responsáveis religiosos a “banir” sentimentos de “ódio, vingança,
rancor”. No final, depois de ter saudado
individualmente os líderes religiosos, o Papa visitou o Museu do Memorial do
«Ground Zero», juntamente com o arcebispo de Nova Iorque.
Comentários