Religiões juntas contra a guerra


Teve lugar nos dias 18 e 19 deste mês de Setembro, em Buenos Aires, uma conferência internacional sobre o tema:

“Promover uma cultura de respeito recíproco e de solidariedade humana entre os fiéis das religiões”.

O encontro foi organizado pelo Conselho Pontifício para o diálogo inter-religioso em colaboração com a Organização Islâmica para a Educação, a Ciência e a Cultura, o Governo argentino e a Organização Islâmica para a América Latina e as Caraíbas.

No seu discurso de abertura dos trabalhos, o Cardeal Jean-Luis Tauran, Presidente do Dicastério do Vaticano para o Diálogo inter-religioso, disse:

“Procuremos trabalhar juntos para construir pontes de paz e promover a reconciliação sobretudo nas zonas em que muçulmanos e cristãos sofrem juntos o horror da guerra”.

O objectivo principal, acrescentou, é “demonstrar que as religiões não são a causa de conflitos, mas parte da solução”. O purpurado evidenciou os dois pontos fundamentais que, a seu ver, devem guiar o diálogo entre as religiões: “o respeito mútuo e a amizade solidária”.

Os crentes de cada religião, prosseguiu, “são chamados a trabalhar unidos para a justiça, a paz e o respeito dos direitos e da dignidade de cada pessoa, sentindo-se particularmente responsáveis pelos mais necessitados: pobres, doentes, órfãos, migrantes, vítimas do tráfico de pessoas e todos aqueles que sofrem por diversas formas de dependência”.

Participaram também no encontro o Cardeal Mário Aurélio Poli, arcebispo de Buenos Aires, o Presidente do Instituto para o Diálogo inter-religioso de Buenos Aires, Omar Abboud, membros do Fórum dos Responsáveis de Associações e Centros Culturais Islâmicos para América Latina e Caraíbas, representantes de várias religiões e de organizações internacionais.

Ao receber o troféu de “Hóspede de Honra” da cidade de Buenos Aires, o cardeal Tauran solicitou as autoridades governamentais, políticas e religiosas “a colaborarem para encontrar soluções adequadas aos difíceis desafios de hoje neste mundo cada vez mais precário”.

Falando a cada um dos participantes e recordando as palavras do Papa, o Cardeal Tauran sublinhou que, se é verdade que a “vida é uma caminhada”, é também verdade que se trata de um “caminho que se pode percorrer sozinho”.

Há, portanto, que trabalhar juntos para enfrentar os graves desafios como as ameaças ao ambiente, a crise económica global, o desemprego, as famílias forçosamente divididas e contribuir para a remoção das causas da violência entre os crentes.


Com efeito, a cooperação inter-religiosa no mundo contemporâneo “já não pode ser considerada como uma opção facultativa, mas como uma necessidade. "Ser religioso hoje, afirmou o purpurado, é possível só sendo inter-religiosos".




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