Ban: "não permitam que extremistas usem a religião para alimentar o conflito"
Secretário-geral das Nações
Unidas viajou para a região após enviar mensagem para palestinos e israelenses;
chefe da ONU afirmou que a violência vai apenas "minar as legítimas
aspirações palestinas por um Estado e os anseios israelenses por segurança".
O secretário-geral das Nações
Unidas viajou esta terça-feira para Israel e Palestina com o objetivo de
"ajudar a aliviar as atuais tensões", e já chegou a Tel Aviv, em
Israel. Ban Ki-moon irá se reunir com o primeiro-ministro israelense Benjamin
Netanyahu e o presidente palestino Mahmoud Abbas, assim como outras
autoridades.
Mensagem Clara
Na segunda-feira, o
secretário-geral gravou uma mensagem dirigida "às populações de Israel e
Palestina sobre a escalada perigosa da violência nos territórios palestinos
ocupados e em Israel". No vídeo, Ban disse a todos que
"não permitam que extremistas em ambos os lados usem a religião para
alimentar ainda mais o conflito".
O chefe da ONU afirmou estar
consternado, "como todos devem estar", ao ver jovens e crianças
pegando armas e procurando matar. Ele declarou que "a violência só vai
minar as aspirações palestinas legítimas por um Estado e os anseios israelenses
por segurança".
Palestinos
Aos jovens palestinos, Ban disse
"entender sua frustração" e afirmou que muitos estão "decepcionados
com seus líderes e com a comunidade internacional por conta de sua inabilidade
de acabar com este conflito".
O chefe da ONU disse ainda que
sabe que "as esperanças de paz" dos jovens palestinos "foram
frustradas inúmeras vezes" e que eles estão "zangados por conta da
contínua ocupação e expansão dos assentamentos". Aos líderes palestinos,
Ban disse: "usem a energia de sua população de forma pacífica para tornar
seus sonhos e aspirações uma realidade".
Voz para Mudança
O secretário-geral fez um apelo
aos jovens da Palestina, como o futuro de seu povo e sociedade, que transformem
sua frustração em uma forte, mas pacífica, voz para mudança.
Ban pediu para que eles exijam
que seus líderes ajam de forma responsável para proteger seu futuro e que
exijam da comunidade internacional e de líderes palestinos e israelenses
avanços para uma solução política.
Ele disse aos jovens que eles têm
o direito a uma vida decente com dignidade, respeito e liberdade. No entanto, o
chefe da ONU afirmou que isso só pode ser alcançado com o estabelecimento de um
Estado palestino vivendo em paz ao lado de Israel e não através de atos
violentos como os que tem sido vistos.
Israel
Ban disse "também entender a
raiva que muitos israelenses sentem". Ele afirmou que "quando as
crianças têm medo de ir à escola, quando qualquer um na rua é uma vítima em
potencial, a segurança é justamente sua prioridade imediata".
No entanto, o chefe da ONU
declarou que "muros, postos de controle e respostas duras de forças de
segurança e demolições de casas não podem sustentar a paz e segurança" que
os israelenses "precisam e devem ter".
Ele afirmou que tanto a população
israelense quanto a Palestina precisa ver um horizonte político para romper
este ciclo de violência e medo. Ban afirmou que as Nações Unidas continuam a
apoiar todas as ações para criar condições para um retorno a negociações
significativas.
Líderes
Aos líderes palestinos e
israelenses, o secretário-geral disse que fiquem firmes contra o terror, a
violência e o incitamento.
Ban pediu que eles
"demonstrem tanto palavras quanto atos que o status quo dos locais
sagrados em Jerusalém será preservado" e que reafirmem o compromisso de
acabar com a ocupação e buscar uma solução de dois Estados fazendo mudanças no
terreno. O chefe da ONU declarou: "a
não-violência requer mais coragem e força do que a violência". E neste
momento que chamou de "difícil", Ban pediu que se diga
"basta".
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