Estado Islâmico recruta crianças
O grupo Estado Islâmico está a
recrutar rapazes para o seu exército jihadista.
Estes “Filhos do Califado” têm
entre 5 e 15 anos, recebem aulas de religião e são treinados para se tornarem
na nova geração de combatentes jihadistas. Sobretudo ensinam-nos a obedecer ou
a morrer. Alguns conseguem fugir e contam
histórias dramáticas de como é a vida nos campos de treino do grupo Estado
Islâmico.
“Eles ensinaram-nos a cortar
gargantas e como nos fazermos explodir. Colocamos a mão na testa, levantamos a
cabeça para cima, colocamos a faca no pescoço e abatemo-los. Quanto àquela
coisa amarrada na cintura, dizem-nos para puxar uma peça de metal, branca, que
detona de imediato. Também nos ensinaram a puxar o anel na parte superior de
uma granada e a atirá-la, imediatamente, senão explode connosco”, conta Raghib
al-Yas Ahmed, de 14 anos.
De acordo com o Observatório
Sírio para os Direitos Humanos, pelo menos quatro centenas de crianças estão
nos campos de treino do grupo Estado Islâmico. Os “Filhos do Califado” são
sujeitos a uma autêntica lavagem cerebral, como conta Raghib.
“Qualquer um que
complete a formação no campo é enviado para um segundo campo para obter um
treino mais rigoroso antes de ser enviado para lutar em Kobani. Eles dizem-nos
que vamos lutar contra os Yazidis, matá-los, porque eles são infiéis e se
morrermos vamos para o céu enquanto eles vão para o inferno.”
O grupo Estado Islâmico publicou,
na Internet, vídeos onde jovens, com menos de 15 anos, aparecem de uniforme, a
terem aulas de religião e a manipularem armas de fogo. Um dos visados é Hamada Shihab
Ahmed, de 10 anos.
“Somos mais de 80 crianças Yazidis no acampamento, além das
crianças muçulmanas. Crianças de 5, 6 anos de idade até aos 15 anos. O meu
primo, que tem 15 anos, continua lá. Treinamos de manhã à noite no Instituto
Farouq para Crianças e as nossas fotos e vídeos foram publicados numa página do
Facebook. Ensinam-nos religião e quem não aprender é punido. Os castigos
incluem espancamentos e ficar horas ao sol. Acordam-nos às 4 horas da manhã
para rezar, vigiam-nos e punem aqueles que não conseguem acordar. A comida era
muito escassa. Comemos uma refeição por dia”, recorda.
As crianças tornaram-se numa arma
importante na propaganda do grupo Estado Islâmico. De acordo com o Observatório
Sírio para os Direitos Humanos pelo menos 120 adultos aderiram ao exército
jihadista entre 1 de Janeiro e 23 de Março, de 2015.
Fonte: http://pt.euronews.com
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