Fidel Castro e as religiões afro-caraíbicas em Cuba
O Nosso tema sobre identidade e
cultura religiosa em África leva-nos às considerações sobre as manifestações
religiosas afro-caraíbicas na América Latina.
Começamos, a esse propósito, por
analisar a situação de Cuba, para falar do fenómeno e das reacções conhecidas
sob a designação de revolução de Fidel Castro no âmbito das manifestações
religiosas afro-caraíbibicas em Cuba.
Cuba e Fidel castro exerceram, a esse
propósito, um papel importante na entrada e integração das manifestações
religiosas africanas nas Caraíbas e noutras zonas da América latina. Antes de
mais é preciso considerar que Fidel Castro cresceu e formou-se num ambiente
altamente religioso e altamente intelectual.
Ele estava a formar-se para ser
religioso na Congregação dos Padres Jesuítas, uma congregação de alta formação
intelectual humanística e religiosa. Tudo isso influenciou Fidel Castro no seu
engajamento numa ideologia que falava em nome da igualdade dos cidadãos, mesmo
se se trata de uma igualdade dentro daquilo que tem sido definido de “drama do
humanismo ateu” baseado no Marxismo-leninismo ateu.
Isso fez com que a entrada
triunfal de Fidel Castro em Cuba em 1959 fosse marcada por profundas convulções
sociais que atingiram o ambiente religioso. Isso fez-se notar sobretudo depois
que a guerrilha de Fidel Castro derrubou do poder Fulgêncio Baptista o que fez
sentir o seu impacto nas manifestações religiosas afro-caraíbicas que sofreram
dos efeitos da revolução, como acontece com o dramatismo que acompanha todas as
revoluções radicais.
No caso de Cuba é de recordar que
Fidel Castro entrou na Ilha não à frente de um partido ou com um marco de
introdução da democracia no País mas sim com o marco da adesão à revolução da
União Soviética para granjear o apoio da Rússia, oposta à ideologia capitalista
ocidental dos Estados Unidos da América.
O apoio da União soviética a Cuba
supunha a eliminação das manifestações religiosas precisamente como acontecia
na Rússia. É no âmbito desse processo que as manifestações religiosas
afro-caraíbicas se tornaram, também elas, vítimas da revolução politico-social
de Fidel Castro, escolha determinada pelo alinhamento com o marxismo-leninismo
ateu.
Fonte: http://pt.radiovaticana.va
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