A história da Salvação na perspectiva da Teologia de Karl Rahner – Por José Ivan Lopes
Uma nova forma de se entender a
história da salvação encontra ressonância no pensamento do teólogo Karl Ranher.
Ela passa a ser vista como “coexistente” a toda história da humanidade. Todavia,
não há duas histórias: uma salvífica e a outra profana, que adotam caminhos
opostos e sem nenhum tipo de relação ou nexo.
A questão específica de uma
teologia das religiões não é se a salvação é possível para os infiéis ou mesmo
para os não-cristãos. Ora, este é um problema que sempre acompanhou a reflexão
teológica e ao qual a teologia comumente respondeu em sentido afirmativo,
sustentando, de um lado, a necessidade de se pertencer à Igreja para se
conseguir a salvação; mas, de outro lado, admitindo, por força da vontade
salvífica universal, a possibilidade de um votumfidei, ou votumecclesiae,
ou ainda votumveritatis, cada vez mais dilatado e interpretado, que
representava, se não um caminho, pelo menos uma passagem para a salvação para
os não-cristãos.
O axioma “fora da Igreja não há
salvação” servia de contrapeso ao axioma teológico que aquele que faz tudo
aquilo que está em seu poder, Deus não nega a graça. Rahner lembra que essa
questão se refere a uma elaboração teológica quase que em termos mitológicos,
uma vez que defende a tese de que a graça ocorre somente no momento em que a
pregação do Evangelho atinge o ouvinte.
O tema próprio de uma teologia
das religiões não é, pois, a possibilidade da salvação para cada pessoa que,
embora não professando a fé cristã, vive uma vida honesta e moral, e sim o
significado humano e o valor salvífico das religiões enquanto tal.
A compreensão do pensamento
teológico de Rahner passa obrigatoriamente pela leitura dos escritos do
eminente teólogo Heinz Robert Schlette, considerado o precursor de uma das
primeiras tentativas de sistematizar e apresentar o problema da teologia das
religiões, presente em sua obra: As religiões como tema da teologia (1963),
reconhecendo que “aqui nos encontramos diante de um terreno dogmaticamente
nove, comparável às zonas em branco dos antigos atlas”.
Religiões cria o seu estatuto em meados dos anos 60, com a colaboração, sobretudo, dos teólogos Karl Rahner e Heinz Robert Schlette. Destacamos evidentemente a contribuição do primeiro teólogo em questão.
Em uma conferência, na Baviera, em 1961, tratando do tema: Cristianismo e religiões não-cristãs, que foi publicada no volume V dos Escritos teológicos (1962), Hahner formulou a tese dos “cristãos anônimos”.
Religiões cria o seu estatuto em meados dos anos 60, com a colaboração, sobretudo, dos teólogos Karl Rahner e Heinz Robert Schlette. Destacamos evidentemente a contribuição do primeiro teólogo em questão.
Em uma conferência, na Baviera, em 1961, tratando do tema: Cristianismo e religiões não-cristãs, que foi publicada no volume V dos Escritos teológicos (1962), Hahner formulou a tese dos “cristãos anônimos”.
Naquela ocasião, ele afirmou que
a vontade salvífica universal de Deus em Cristo oferece a salvação a todos os
seres humanos. Para tanto, defende a teoria de que a graça pode alcançar os
seres humanos, não obstante em casos em de estarem distantes da Igreja cristã,
e os alcança na concretude de sua vida humana e religiosa, e, portanto, não
importa as religiões, mas a graça ocorre por meio das religiões. Em outras
palavras, as religiões não-cristãs inserem-se na “Providência salvífica de
Deus”.
Fonte: http://paracatu.net
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