Europa está cansada de tolerância? – Por Aleksei Danichev
No município dinamarquês de
Randers os políticos querem garantir que em todas as entidades públicas seja
servida carne suína e almôndegas.
A exigência política veio como a resposta à
aumentada religiosidade da sociedade, informa o site: Politico.dk. Carne suína é um ingrediente
tradicional da cozinha dinamarquesa, por isso deve ser servida em todas
as entidades públicas, inclusive para crianças, independentemente da
religião que professam ou da nacionalidade e cultura.
Pelo menos, a maioria burguesa (A
Esquerda e o Partido Popular Dinamarquês, de extrema-direita) de Randers
partilha da decisão e da respectiva opinião. A recém-divulgada exigência dos
políticos fez reviver o diálogo antigo sobre a carne suína e cardápios em
entidades públicas não só nesse município, mas também no Parlamento do país.
Já por vários anos em muitos
jardins de infância e escolas preparatórias a carne suína e pratos que contêm
essa carne não são servidos porque crianças de famílias muçulmanas não podem
comê-la. À primeira vista, o problema tem a ver com a alimentação, mas na
realidade toca questões de valores, diferenças culturais e o lugar da religião
na vida secular.
Um representante do Partido
Popular Dinamarquês, Frank Norgaard, divulgou ao jornal Politico que atualmente
o país pode perder algo que mais cedo foi natural, para “contentar um grupo
determinado”.
Ninguém quer forçar crianças
muçulmanas a comer almôndegas, explicou. Segundo Norgaard, só é preciso
conseguir fazer aparecer carne suína no cardápio, e para aqueles que não podem
comê-la, deve haver uma alternativa, por exemplo, carne de frango.
“Claro que vamos respeitar a
religião, mas não à custa da boa comida dinamarquesa”, disse. A exigência dos
dois partidos será considerada na próxima semana, e a decisão final será tomada
pelo conselho de municipalidade até o fim do ano.
O comissário de questões da
integração do Partido conservador, Naser Khader, declarou em entrevista ao
jornal que a questão sobre o cardápio é da competência de conselhos municipais
de cada cidade, mas ele compreende as razões para indignação em Randers.
“É preciso fazer com que a mostra
de tolerância e respeito à minoria não prejudicaria a maioria. Nós vimos que em
muitas entidades só a carne Halal [que corresponde às regras do Islã] é
servida, mas há crianças de muitas famílias que estão contra Halal”, sublinhou.
Ele também chamou atenção ao fato
que a tolerância vai fora de necessidade, argumentando a sua opinião pelo fato
que durante as suas visitas à 20 de 22 países árabes existentes, nunca viu
salas de oração em entidades públicos:
“Para que eles existem em
Dinamarca? É demasiado. A sua religião pode ser seguida privadamente”. Os moradores também estão prontos
para defender as suas tradições. “Obviamente, chegou a hora de insistir na
carne suína”, insiste Martin Skriver, que habita na capital, Copenhague.
Fonte: http://br.sputniknews.com
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