Encontro de bruxos em Cuiabá acontece mensalmente e desmistifica bruxaria, Wicca e paganismo - Por Isabela Mercuri


Esqueça o chapéu pontudo, a verruga no nariz, a boca desdentada e a pele toda enrugada. 

A imagem das bruxas que está no imaginário de grande parte da população não corresponde ao que se encontra todo primeiro domingo do mês, à tarde, em uma praça da Universidade Federal de Mato Grosso. É ali que acontecem os Encontros Regionais de Bruxos de Mato Grosso (EBM-MT). 

Realizado pela primeira vez na cidade em Outubro do ano passado, o encontro já vai para sua quarta edição e reúne para quem quer discutir o universo da bruxaria, Wicca e paganismo. A cada mês são escolhidos temas diversos: 


“A elaboração das palestras não se restringem somente ao âmbito da Magia, Bruxaria, Wicca e Paganismo, mas também, utilizamos conceitos da Antropologia, Psicologia e Filosofia para explicar melhor e proporcionar o desenvolvimento de conceitualizações coletivas, afim de diversificar o conhecimento e fornecer mais significância às experiências vivenciadas pelos presentes no evento”, explica Raphael Brandão,19, coordenador regional do ERB-MT,

Ele explica que a bruxaria, o paganismo e o Wicca são religiões interligadas e que não podem ser dissociadas. A primeira é uma “religião devocional, ciência e conjunto de práticas baseadas também nas forças da natureza, e a todos os significados divinos que são atribuídos a ela, com seus métodos de prática e da ritualística adotadas”. 

A Wicca é uma religião neopagã, que busca repaginar o paganismo original, sem perder sua base e suas raízes fundamentais, que são principalmente ligadas ao culto à terra. 

“Não há como distinguir esses três linhas, pois elas estão, de certa forma, muito associadas. Exemplo disso, o paganismo é uma base fundamental que se aplica à bruxaria e Wicca; na Wicca, a prática de bruxaria é essencial. Contudo, a bruxaria não se resume somente em Wicca, havendo também outros métodos e correntes ideológicas de praticar e que não seguem normativos da Wicca”, afirma o coordenador.

Os novos conceitos e ideias podem ser confusos, mas o principal objetivo dos encontros é esclarecer as dúvidas. A Coordenação Nacional do ERB não permite que sejam realizados, nos encontros, nenhum tipo de ritual, feitiço ou encantamento, restringindo as reuniões a conversas sobre os temas: 

“Contudo, é por meio dos encontros que vamos criando vínculos afetivos que proporcionam outros encontros mais específicos, como por exemplo, encontros para celebração de algum festival de bruxaria”, afirma Raphael.

Ele afirma, ainda,que o preconceito existente é grande. Mas a única forma de driblá-lo é “através do amor, esclarecimento, desmistificação e determinação”. Para quem quiser saber mais sobre o assunto, o encontro é aberto. Só não pode ir “os que não tem amor em si e não cultiva respeito a todas as pessoas”, alerta Raphael. 

O próximo ERB-MT acontece neste domingo (10), às 15h, na UFMT, em frente ao Restaurante Universitário. Mais informações no EVENTO. 




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