Justiça de GO treina religiosos para atuar como conciliadores de conflitos
Intenção é reduzir os processos
que poderiam ser resolvidos em conversas. Acordo feito é encaminhado ao poder judiciário e homologado por juiz.
A justiça de Goiás está
treinando líderes religiosos para atuarem como conciliadores na solução de
conflitos. A intenção é reduzir os processos que poderiam ser resolvidos em
conversas.
Uma vizinha achou a deficiência
nas pernas da Poliana leve demais para que ela tivesse uma vaga especial na
garagem do prédio e mandou um bilhete.
“Ela não estava concordando, porque eu
pulava, eu andava, eu subia escada”, conta. Oito anos depois, a Poliana ganhou
na justiça uma indenização por danos morais de R$ 5 mil.
Quando a desavença entre vizinhos
ou a confusão doméstica começa a incomodar demais, existe um caminho
alternativo. Em vez de levar a briga para a justiça e esperar anos por uma
solução, tem muita gente que tem o hábito de buscar conselhos espirituais e
tentar resolver o problema bem pertinho da religião.
Conselheiros e, agora,
conciliadores. Padres, pastores e lideres espíritas estão na sala de aula
aprendendo com o Tribunal de Justiça de Goiás a mediar conflitos na comunidade.
“Tradicionalmente, nós fomos treinados para brigar, e não para conversar. E é
isso que a gente está tentando reverter”, diz o coordenador de solução de
conflitos do TJ-GO, Romério Cordeiro.
Os religiosos recebem 40 horas de
treinamento e simulação de conflitos. Eles colocam em prática na sala de catequese
da igreja. Uma freira e um católico praticante para ouvir Cintia e Rodrigo, que
não se entendem por causa da pensão alimentícia da filha. Uma hora e meia
depois de muita conversa e sem discussão.
“Cada uma das partes resolveu, de
acordo com a necessidade de cada um. Eu espero que dê certo”, diz a auxiliar de
produção Cíntia Lopes.
“O acordo feito pelo pastor ou
pelo padre vai ser encaminhado ao poder judiciário e vai ser homologado por um
juiz. Em caso de não cumprimento, ele poderá ser objeto de execução”, explica o
juiz e coordenador do movimento de conciliação, Paulo César das Neves.
Fonte: http://g1.globo.com
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