ONG cria Ganesha biodegradável para rituais na Índia
Religião é um assunto com forte
potencial para gerar polêmica. Quando aliado a outra questão importante como o
meio ambiente, o tema se torna duplamente delicado.
Aqui no Brasil, por exemplo, uma
discussão surge sempre às vésperas e após a virada do ano: os rituais de
oferenda a Iemanjá, orixá cultuada nas religiões de matriz africana como o
Candomblé e a Umbanda.
A mitologia em torno da divindade
cita seu apreço por adornos e flores e, para homenageá-la, devotos costumam
realizar oferendas no mar em celebração a sua criadora. A grande questão é que
os materiais lançados na água não são biodegradáveis, pelo contrário, causam
enormes danos à vida marinha.
Algo semelhante acontece na
Índia. A celebração à Ganesha, deus do hinduísmo representado por uma imagem que
mistura elementos animais com humanos, as pessoas costumam realizar rituais de
oferta em uma escala inclusive muito maior que o que ocorre no Brasil. Estátuas são jogadas no mar e pode-se imaginar quão nocivas são para o meio ambiente.
A ONG indiana Sprouts Environment
Trust resolveu ir além das opiniões em torno da validade ou não da religião e,
levando em consideração a importância cultural que ela tem para o país, criou
uma solução inteligente e ecologicamente correta para o problema.
Com a ajuda da Ogilvy Mumbai, a
organização desenvolveu versões sustentáveis das estatuas de Ganesha utilizadas
nos rituais. Tendo como matéria prima uma ração para peixes, as imagens se
tornam biodegradáveis e inofensivas à fauna marinha.
A campanha "God Save the
Ocean" ("Deus salve o oceano", em tradução livre do inglês)
serve como exemplo de solução que não ofende a importância da religião para
aquela população e conscientiza sobre os cuidados com o meio ambiente, além de
ajudar efetivamente na causa.
Fonte: http://www.adnews.com.br
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