“A liberdade religiosa nos Estados Unidos nunca foi tão atacada quanto hoje”


Episódios de intolerância à religião no país mais poderoso da Terra: 100% de aumento entre 2012 e 2015.

A organização First Liberty Institute [Instituto da Primeira das Liberdades] é formada por um grupo de advogados que oferecem assessoria jurídica, gratuitamente, a vítimas de discriminação religiosa nos Estados Unidos.

A organização publicou recentemente o seu relatório consolidado sobre os casos de discriminação ocorridos em 2015: são 376 páginas que relatam intolerância à religião na imprensa, no sistema de educação, no exército e nas ruas. Os casos registrados em 2015 somam 1.285: é o dobro dos registrados em 2012.

Kelly Shackelford, presidente da First Liberty Institute, resume a situação: “A liberdade religiosa nos Estados Unidos nunca foi tão atacada quanto agora”.

Os casos descritos no relatório são relativamente “sutis” e se baseiam no “politicamente correto”: não se trata de perseguição cruenta como no Oriente Médio, na Coreia do Norte, nos territórios em que o comunismo foi implantado ditatorialmente ou nas regiões assoladas por fanáticos anticristãos como os do Estado Islâmico, do Boko Haram, do Al-Shabaab, do Talibã, da Al-Qaeda.

Trata-se, antes, de situações “aparentemente desimportantes” e apresentadas como “garantias de laicidade do Estado”, como a de um cidadão do Estado de Iowa que foi demitido porque postou em seu blog alguns trechos da Bíblia contrários à prática homossexual; ou como a de um cidadão de Denver que não foi autorizado a abrir uma empresa porque defende que o casamento natural é exclusivamente a união entre um homem e uma mulher.

O simples ato de se declarar cristão nos Estados Unidos “democráticos” de hoje pode garantir que se sofrerá discriminação, como testemunham os dois estudantes que tiveram sua matrícula rejeitada para uma especialização em radioterapia na cidade de Baltimore porque falaram da sua fé cristã durante as entrevistas de admissão.

Ainda no dito “mundo educacional” abundam os casos de alunos, professores e instituições inteiras que foram punidos em alguma medida porque expressaram as suas crenças ou foram forçados a simplesmente não expressá-las.

O rechaço ao cristianismo também marcha nas filas do exército norte-americano. Um veterano foi afastado em Nova Jersey porque, durante várias cerimônias em homenagem aos caídos, encerrou sua fala pedindo que “Deus abençoe os Estados Unidos da América”.

Em outro caso, nem a capela de uma base militar dos EUA no Afeganistão escapou da intolerância: foi preciso retirar dela o crucifixo, a pedido de um soldado que se dizia “ofendido” com a presença do símbolo máximo da fé cristã.

A fé religiosa constitui uma das mais elementares de todas as liberdades essencialmente humanas, porque a sua própria existência reflete um ato de assentimento da consciência que é íntimo, voluntário e livre.

Kelly Shackelford, do First Liberty Institute, lança um alerta: quando se nega essa liberdade básica, nega-se também “a base dos outros direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, de imprensa e de reunião”.






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