Dinamarca ganha mesquita especial liderada só por mulheres – Por Antonia Blumberg
Uma nova mesquita em Copenhague,
capital da Dinamarca, tem todas as características de uma casa de oração muçulmana tradicional,
exceto pelo fato de que a Mesquita Mariam é liderada totalmente por mulheres
imãs, ou pregadoras no culto islâmico.
A fundadora da mesquita, Sherin
Khankan, uma conhecida escritora e comentarista política na Dinamarca, disse ao
jornal dinamarquês Politiken que decidiu abrir o templo Mariam, em Fevereiro,
porque “nunca se sentiu em casa nas mesquitas existentes”.
“Muitas mulheres e
jovens nem sequer entram nas mesquitas, que são um espaço patriarcal dominado
por homens, no qual um homem tem o chão [para orar], [onde] um homem lidera as
orações; os homens são o foco e dominam. É por isso que estamos abrindo uma
mesquita sob os nossos termos”, disse Khankan.
Tradicionalmente, homens e
mulheres sentam separados durante o culto nas mesquitas, muitas vezes com
divisórias entre eles. Algumas mulheres dizem que essas
imposições de separação afetam sua experiência de louvor, ao bloquear a visão
do imã. Khankan, que é uma das imãs na Mesquita Mariam, considera a casa de
oração um “projeto feminista”.
“Normalizamos estruturas
patriarcais em nossas instituições religiosas. Não apenas no islã, mas também
no judaísmo, cristianismo e outras religiões. E gostaríamos de desafiar isso”,
disse Khankan à agência France Presse. A mesquita ficará aberta aos
homens na maioria dos dias, exceto nas preces de sexta-feira, segundo a AFP.
Mesquitas de mulheres existiram
na China por várias centenas de anos, mas começaram a surgir em outras partes
do mundo apenas recentemente. Uma mesquita só para mulheres
abriu as portas em Los Angeles no ano passado, com a esperança de “aumentar o
acesso das mulheres ao conhecimento islâmico, encorajando a participação
feminina nas mesquitas existentes, e promovendo tanto a liderança quanto o
conhecimento islâmico, ambos dentro e fora da comunidade muçulmana”, disse uma
das fundadoras ao The Huffington Post.
Embora as mulheres normalmente
liderem os cultos em tais mesquitas, há um debate atual sobre se as mulheres
podem ou devem ser imãs. Em 2006, o Marrocos se tornou o
primeiro país árabe a permitir a formação de líderes religiosas. A iniciativa
foi “uma rara experiência no mundo muçulmano”, afirmou Merieme Addou,
coprodutora de um documentário sobre essa nova geração de mulheres imãs.
Fonte: http://exame.abril.com.br
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