Lideranças religiosas assinam termo de compromisso pela Paz em Casa
A assinatura do termo de
compromisso pela Paz em Casa é mais um evento do Mês da Mulher no Judiciário
Rondoniense, comemoração de cunho reflexivo adotado pela instituição, para
conscientizar a sociedade para o respeito aos direitos da mulher.
Sete meses após a realização do
Seminário: “As religiões e a cultura pela paz em casa”, representantes de
instituições que participaram do evento, assinaram, na sexta -feira, dia 11, na
sala de reunião da Presidência, o acordo de cooperação para prevenção da violência
doméstica e familiar. O termo de compromisso é resultado das discussões
realizadas no encontro e foi consenso entre os grupos religiosos.
“Todas as
religiões pregam a paz e a buscam em sua essência, por isso não houve
dificuldade em disseminar essa ideia. É muito bom poder contar com a
colaboração dessa importante base social no combate à violência doméstica”,
defendeu o coordenador da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de
Rondônia, juiz Álvaro Kalix Ferro. “A violência não é normal, não é aceitável,
afeta a individualidade da mulher, afeta a família, viola os direitos humanos e
deve ser combatida”, acrescentou.
A assinatura do termo de
compromisso pela Paz em Casa é mais um evento do Mês da Mulher no Judiciário
Rondoniense, comemoração de cunho reflexivo adotado pela instituição, para
conscientizar a sociedade para o respeito aos direitos da mulher. “Ficamos
muito felizes com essa postura do TJRO em apostar na discussão”, disse a
representante das religiões de Matrizes Africanas, Nilza Menezes.
Para ela,
distribuir flores e bombons para as mulheres não é a melhor forma de lembrar da
luta por igualdade, por isso o fato do Tribunal ter programado seminários,
palestras, formações para gestores escolares, ter publicado artigos ou
realizado audiências de casos de violência, demonstra a preocupação na garantia
de direitos essenciais da pessoa humana.
Para a Maria Neusa Almeida dos
Santos, representante da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a luta pelo direito
da mulher passa também pela conscientização dentro das religiões.
“A bíblia foi
escrita por homens, porém há lindas histórias sobre mulheres e o cuidado de
Deus com elas. Devemos ampliar essa visão das escrituras para garantir a
harmonia e a paz na família, uma responsabilidade de todos”, observou.
Célio Borges, representante da
Associação Brasil SGI (budista), acredita que o diálogo e o respeito mútuo
entre as religiões são exemplo para combater a violência, a intolerância e o
preconceito. “É nosso papel trabalhar o empoderamento da mulher na sociedade, a
fim de quebrar a visão machista em muitos setores”, opinou.
A representante da União do
Vegetal, conselheira Ana Maria de Lima Souza, também aposta na humanização nas
relações e convívio entre as pessoas para combater a violência doméstica.
“Todas as religiões buscam o desenvolvimento moral, espiritual e intelectual”,
completou.
Marco Henrique Correia, da Igreja
Católica, que representou o padre Filip Cromheecke, concordou que a base para a
disseminação da paz nos lares é o fortalecimento da família, trabalho que a
igreja vem constantemente promovendo. “Para isso, contamos sempre com o auxílio
do Judiciário. É importante também que o Judiciário nos procure. É uma
colaboração mútua nessa luta contra a violência”, destacou.
Juscelino Amaral, ex-grão mestre
da maçonaria, na ocasião representando o atual grão mestre Aldino Brasil, pôs a
instituição à disposição, inclusive com estrutura para a disseminação dessa
nova consciência social pela igualdade.
Cristiano Correia e Mariângela
Onofre, psicólogos do Núcleo psicossocial do Juizado de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher, acompanharam a reunião de assinatura do termo e
enriqueceram a discussão relatando as experiências no atendimento de agressores
e vítimas de violência doméstica, sobretudo do exitoso projeto Abraço, que
consegue, por meio de diálogo, refazer histórias e a própria identidade do
agressor, para que se reconstrua como pessoa e quebre o ciclo da violência.
Caso exemplar
O próprio coordenador, que também
é o titular do Juizado de Violência doméstica, relatou o caso de um senhor que
adentrou em seu gabinete para agradecer por ter tido a oportunidade de
participar do projeto Abraço.
“Ele me agradeceu primeiro por eu tê-lo mantido
preso por 10 dias, ocasião em que, conforme disse, teria conhecido o 'inferno';
segundo, por ter sido tratado com respeito nas dependências do Juizado; e
terceiro, justamente por ter dado a oportunidade de participar do projeto e ter
compreendido o quanto errava, fazendo mal à mulher, à família e a si mesmo”,
contou o magistrado.
O projeto Abraço consiste em
encaminhar os agressores em casos de violência doméstica a frequentar sessões
de terapia em grupos aplicadas por profissionais do Núcleo Psicossocial do
Juizado e assessoria jurídica. As vítimas também recebem apoio psicológico para
fortalecer a mudança de paradigma no ciclo da violência doméstica.
“Os
resultados são surpreendentes e se mostram muito positivos, por isso o projeto
se tornou referência nacional em combate à violência doméstica”, emociona-se o
magistrado.
Fonte: http://www.tudorondonia.com
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