Projeto Mediar é Divino será implantado para religiões de matizes africanas no DF – Por Lilian Cury
Com intuito de formar
conciliadores entre os líderes religiosos, o Mediar é Divino vai expandir
fronteiras além do Estado de Goiás.
O plano é, em breve, formar polos de
solução de conflitos em comunidades espirituais diversas, como as de matizes
africanas no entorno do Distrito Federal.
Para discutir a expansão, foi
realizada uma reunião na terça-feira (10/05), na Câmara Distrital, em Brasília,
com integrantes do pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de
Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).
A comitiva, encabeçada pelo
coordenador, juiz Paulo César Alves das Neves, e pelo juiz auxiliar da
Presidência, Romério do Carmo Cordeiro, foi recebida pela consultora
legislativa em Direitos Humanos, Patrícia Zapponi, que representa a Central
Organizada de Matrizes Africanas (Afrocon), uma instituição que congrega mais
de 400 unidades religiosas no DF, além de ser Conselheira das Mulheres pelo
Mundo pela Unesco e coordenadora do Centro Cultural Africano.
“Nossa intenção é incentivar a
conciliação e mediação como formas alternativas ao processo tradicional, a fim
de criar pacificação da sociedade, de uma forma mais rápida, mais barata e mais
participativa, uma vez que as partes constroem, juntas, soluções para os
litígios. Com o Mediar é Divino, a Justiça chega a pessoas que não têm acesso a
advogados e não sabem como procurar seus direitos”, endossou Paulo César.
Para implantação do projeto,
líderes ou pessoas de referências nos segmentos religiosos precisam passar por
um curso, teórico e prático, chancelado pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
“Muitas pessoas buscam suas igrejas ou instituições para falar sobre
problemas. Os líderes religiosos já fazem conciliação e mediação, mas de uma
forma empírica, o curso vai propiciar uma abordagem técnica e profissional, sem
dogmas”, destacou Romério Cordeiro.
Segundo Patrícia, a criação de um
polo de conciliação e mediação dentro de comunidades não cristãs tem uma função
social importante.
“Pessoas de fora do círculo religioso podem entrar nestas
unidades religiosas para procurar atendimento. A autoestima dos frequentadores
também será impactada positivamente: eles sofrem muita discriminação e vão
poder enxergar sua importância e seu papel social. É uma forma de integração
social”.
Participaram também da reunião os
integrantes do Nupemec Augusto Maciel de Souza Magalhães, Vinicius Camapum e
Thaynara Tereste.
Fonte: http://www.tjgo.jus.br
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