Russos esperam mais ajuda de Deus – Por Ekaterina Sinelschikova


Pesquisa mostra aumento significativo de busca por religião desde 1991.

Os russos começaram a esperar por ajuda divina ou a falar sobre a predestinação das pessoas por Deus duas vezes mais que nos últimos 25 anos, de acordo com pesquisa realizada pelo VTsIOM (Centro de Pesquisas de Opinião Pública da Rússia).

O estudo interrogou 1.600 pessoas vivendo em 130 áreas povoadas das 46 regiões da Rússia de 23 a 24 de abril deste ano.

No âmbito da pesquisa, 67% dos respondentes disseram que, de algum modo, esperam pela ajuda de Deus em sua vida diária, um aumento de 18% desde 1991, quando apenas 49% faziam tal afirmação.

Também caiu o número de respondentes que disseram não acreditar em Deus, de 21%, em 1991, para 14%, neste ano. Enquanto 11% disseram não esperar por ajuda divina.

Comparando os dados aos de 1991, os russos passaram a acreditar mais em fenômenos associados a religião. 50% disseram que acreditam em milagres religiosos, um aumento de 18% em relação a 1991, quando 32% sustentavam tal afirmação.

Enquanto 42% disseram-se confiantes de que existe vida após a morte, esse índice não ultrapassava os 33% há 25 anos. E se 40% agora acreditam em demônios e no inferno, eram apenas 25% e 24% que o faziam em 1991.

Ao responder sobre se a vida humana é predestinada por forças divinas, 48% disseram que sim, contra os 25% de 1991.

Naquele ano, 45% dos respondentes diziam que a vida humana não dependia dos planos de Deus, enquanto, agora, apenas 26% dos respondentes sustentam essa afirmação.

A favor de um banimento em nível legislativo de manifestações antirreligiosas se manifestaram 58% dos respondentes na atualidade, indicador que não registrou mudança desde 1991. 25% se mostraram contra tal iniciativa, enquanto 17% estavam indecisos.

"Nenhuma igreja está vazia"

O crescimento do sentimento religioso entre os cidadãos é notado, principalmente, pela Igreja Ortodoxa Russa. O número de paróquias está crescendo não só em quantidade, mas também qualitativamente, de acordo com o porta-voz da Igreja, Aleksandr Volkov.

"Experimentamos a primeira onda de religiosidade logo após o período soviético, quando multidões de pessoas foram às igrejas, mas nem sempre foi um esforço consciente. Agora, as pessoas estão fazendo isso com mais disposição", disse Volkov à Gazeta Russa.

Nos últimos cinco anos, Moscou aumentou significamente seu número de paróquias: de 894, em 2012, para 1.110, em 2015. Mas isso não é o suficiente, de acordo com Volkov.

"Agora entendemos que precisamos muito mais igrejas. Nenhum dos templos construídos está vazio. Todos estão cheios ou até superlotados", diz.






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