Evento inter-religioso pede a governos e países que cuidem do meio ambiente – Por Alana Gandra
O Aterro do Flamengo foi palco no
dia 12/06 de um evento inter-religioso, aberto ao público, o Sacred Earth 2016,
que integra uma ação global em prol do clima, adotada por cerca de 40 países e
mais de 130 grandes cidades, entre as quais o Rio de Janeiro e São Paulo, no
Brasil.
Segundo o teólogo Clemir
Fernandes, coordenador institucional do Instituto de Estudos da Religião
(Iser), um dos organizadores do evento, a iniciativa reúne ambientalistas e
religiosos para lembrar os seis meses da assinatura do Acordo de Paris contra
alterações climáticas, em dezembro do ano passado, e conscientizar os governos
de que o acordo precisa de legislações locais para ter sentido de fato.
“Não basta assinar um acordo em
Paris se isso não é efetivado com políticas nacionais. É um empenho de lembrar
o que aconteceu e os seis meses que faltam para a vigésima segunda sessão da
Conferência das Partes (COP 22), da Organização das Nações Unidas (ONU), no
Marrocos, em novembro deste ano”, informou o teólogo.
O evento mostra a
urgência de ratificação do Acordo de Paris, que só entrará em vigor quando for
assinado por um total de países que representem pelo menos 55% das emissões
globais dos gases de efeito estufa.
O Sacred Earth lembra o Dia
Mundial do Meio Ambiente, comemorado no último dia 5, e o aniversário de um ano
do lançamento da encíclica Laudato Sí, do Papa Francisco, primeira da história
da Igreja Católica a falar sobre meio ambiente. Esse conjunto de fatos
mobilizou religiosos e não religiosos a promover o evento deste domingo, disse
Fernandes.
“O objetivo é mobilizar a
sociedade para essa temática do clima. A luta é para que a temperatura do
planeta não aumente mais de 1,5 grau Celsius até 2050”.
Fernandes salientou que o
objetivo é que governos, empresas e países possam se mobilizar em torno de uma
agenda que construa, de modo efetivo, a possibilidade de a temperatura não
aumentar dois graus, porque isso comprometeria a vida de todas as espécies
animais e das pessoas mais pobres. Foi feito também um apelo pela ratificação
do Acordo de Paris pelo Congresso Nacional, que se repetirá antes da COP 22, em
novembro.
O secretário-executivo regional
da Federação Universal dos Movimentos Estudantis Cristãos da América Latina e
Caribe (Fumec ALC), Marcelo Leites, protestante, disse haver muita relação
entre o meio ambiente e o cuidado da “casa comum”, como muitos religiosos
chamam a natureza, no sentido ético, moral, porque o mandato comum que as
religiões têm eventualmente pode diferir entre si na decisão de como fazer
determinada coisa ou de como religar os homens com Deus.
O sacerdote da Casa do Perdão,
André Meireles, destacou que, como a religião espírita umbandista tem uma
ligação estreita com o meio ambiente, porque recebe ensinamentos dos ancestrais
indígenas e africanos, “por si só a vida deles já nos ensina o respeito à
natureza”.
A entidade participa há sete anos do Movimento Umbanda do Amanhã
(Muda) e, com outros terreiros, desenvolve atividades anuais de mutirão de
limpeza de cachoeiras e parques.
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