Pesquisa mostra ascensão de livros religiosos
Levantamentos pela Fipe, CBL e
SNEL, indicam que o momento está mais favorável para a publicação de livros que
tratam de temas ligados à religião.
Se a 4ª edição da pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil revelou que o brasileiro é um povo que lê
majoritariamente a Bíblia, agora um estudo realizado pela Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe) para a Câmera Brasileira do Livro (CBL) e para o Sindicato
Nacional dos Editores de Livros (SNEL) referente aos números do setor editorial
brasileiro no ano de 2015 comprova que o momento é mesmo dos títulos ligados às
religiões.
Em um ano de retração para o
mercado, a participação do nicho religioso no total de exemplares produzidos no
país saltou de 16,24% (2014) para 19,62%, sendo a segunda categoria com mais
livros fabricados por aqui, atrás apenas dos didáticos, que correspondem a
49,1% do que foi produzido em 2015.
E se a participação dos
religiosos cresceu, a literatura, por sua vez, perdeu espaço. 7,08% dos livros
produzidos no país em 2015 foram de Literatura Adulta (contra 9,67% em 2014,
uma retração que representa mais de 15 milhões de exemplares), 2,58% foram de
Literatura Infantil (contra 7,43% em 2014, o que significa quase 25 milhões de
unidades a menos) e 2,52% de Literatura Juvenil (que em 2014 representava
4,01%).
Essa redução abissal nos infantis e juvenis está diretamente ligada à
estagnação do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), do Governo
Federal, que havia adquirido 19 milhões de exemplares em 2014, mas que em 2015
não comprou uma unidade sequer.
Tudo isso está dentro de um
cenário global de encolhimento nos números. No ano passado, o setor produziu
446,84 milhões de exemplares, vendeu 389,27 milhões e faturou R$5,23 bilhões.
Comparado a 2014, os dados representem uma queda real (já considerando a
variação do IPCA) de 12,63%, enquanto o número de livros fabricados caiu 10,87%
(redução de 54,6 milhões de unidades) e o de comercializados, 10,65%.
Com as vendas voltadas para o
governo, as editoras faturaram R$1,22 bilhão ao longo de 2015 (cifras 0,86%
menores do que em 2014). No entanto, o número de títulos adquiridos por órgãos
públicos foi bem menor: 134,59 milhões (14,98% a menos do que no período
anterior). Além do PNBE, o programa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa (PNAIC) também não realizou compras no ano passado.
A pesquisa Fipe ainda indica que
foram editados 52,42 mil títulos em 2015, dos quais 17.282 mil são novos (em
2014 tinham sido 19.285 novos).
Levando em conta o total de exemplares
produzidos no país, a tiragem média de cada obra ficou em 8,52 mil exemplares,
em 2014 havia sido 8,24 mil. O total de títulos teve queda de 13,81%. Levando
em conta apenas os novos, o recuo foi de 10,39%.
Editores
O mercado editorial no Brasil
está crescendo e se profissionalizando, mas os profissionais da área ainda
estão carentes de formação e fontes de notícias específicas. Para se ter uma
ideia, um dos únicos MBAs em Book Publishing no Brasil se iniciou em 2015 pela
Casa Educação/Instituto Singularidades.
Não é segredo, nos bastidores do
mercado livreiro, que muitas pessoas abriram uma editora ou livraria sem
conhecimento desse mercado e, às vezes, sem conhecimento de gestão, muitos
foram vencedores, apesar da dificuldade que é conseguir manter-se de livros num
país de poucos leitores, porém muitos empresários não sobreviveram.
Além disso,
a maioria das pessoas que não trabalha na área não faz ideia do que é ser um
editor ou um livreiro, e algumas têm curiosidade de saber de onde vem e como é
feito um livro, e como é o processo de comercialização.
A ideia de criar o blog surgiu
num evento específico do mercado livreiro, em que sentiram a necessidade de
compartilhar com os colegas que não podiam estar ali naquele momento todo o
aprendizado e as discussões que estavam ocorrendo, mas que nem todos tinham
acesso.
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