O mundo pede Paz para 2008

De Belém a Roma, as celebrações foram dominadas pelos apelos à paz, mas também pelas inquietações com as conseqüências da exploração imprudente dos recursos naturais.

O Papa Bento XVI intercedeu pela paz no mundo e manifestou sua preocupação com a degradação do meio ambiente, durante a bênção 'Urbi et Orbi', à cidade e ao mundo. "Neste dia de paz, meu pensamento se volta principalmente para os locais onde soa o ruído das armas", lançou o Papa em sua mensagem. Na véspera, durante a missa do Galo, Bento XVI expressou preocupação com "as condições de hoje sobre a Terra, em razão da utilização abusiva de seus recursos e da sua exploração egoísta, sem nenhuma precaução". Voltou a falar hoje desta inquietação lamentando que "no mundo, o número de migrantes, de refugiados, de deslocados, aumenta sempre, vítimas de catástrofes naturais".

O chefe da Igreja anglicana, o arcebispo de Canterbury Rowan Williams, também pronunciou hoje uma homilia ecológica prevenindo os fiéis contra a "avidez" humana que ameaça o frágil equilíbrio da Terra.

Na madrugada de segunda-feira, o Patriarca latino de Jerusalém, Michel Sabbah, fez durante a missa da meia-noite um apelo pela paz no Oriente Médio, durante o sermão pronunciado para os fiéis em Belém.

Durante o dia, centenas de cristãos de Gaza se aglomeraram na fronteira de Erez, entre a Faixa de Gaza e Israel, depois de terem obtido autorização do exército israelense para se dirigirem à Cisjordânia para as festas de Natal. A maior parte se dirigia a Belém, a cidade onde nasceu Jesus.
Nas Filipinas, principal país de maioria católica da Ásia (mais de 85% da população), o cardeal Gaudêncio Rosales insistiu com o governo para lutar contra a pobreza, num momento em que a guerrilha comunista e o exército observavam uma trégua durante as festas.

Na Caxemira indiana, muçulmanos e cristãos participaram de um serviço ecumênico apelando para o retorno à paz no território himalaio abalado há cerca de 19 anos por insurreição separatista islamita que fez oficialmente 42.000 mortos.

No vizinho Bangladesh, os cristãos dirigiram suas preces às vítimas do ciclone do mês passado que fez pelo menos 3.300 mortos.

Nos Estados Unidos, os candidatos às indicações democrata e republicana à corrida presidencial de 2008 fizeram uma pequena pausa na campanha encarniçada a alguns dias do lançamento das primárias de 3 de janeiro em Iowa (centre).

O presidente George W. Bush passou o Natal na residência presidencial de Camp David, perto de Washington, com a mulher, as duas filhas Jenna e Barbara e o restante da família, após cumprimentar por telefone os militares americanos mobilizados no Iraque, no Afeganistão ou no mar.

Na América Latina, a esperança de passar a noite de Natal em família esvaneceu-se para os três reféns da guerrilha colombiana das Farc que devem ser libertados em breve na Venezuela, e para Ingrid Betancourt, que completou em cativeiro 46 anos de idade neste 25 de dezembro.

O Natal também bateu em cheio na gigante China onde a celebração de cerimônias religiosas não é autorizada a não ser nas igrejas oficiais, mesmo se estima em vários milhões os cristãos que freqüentam igrejas clandestinas.

No Iraque, na pequena igreja da Virgem Maria, em pleno coração de Bagdá, um grupo de fiéis enfrentou o medo para celebrar o Natal, mesmo se a festa tenha perdido sua magia numa cidade devastada pela violência.

Fonte: Adaptado de: http://afp.google.com