Terreiros realizam caminhada pela valorização da cultura afro
Apesar de a cultura africana ser a principal matriz de grande parte das manifestações culturais brasileiras, as religiões que cultuam os orixás ainda sofrem muito preconceito no País. Baseando nessa realidade e com o intuito de mudá-la, membros de religiões como o candomblé, a umbanda e a jurema sagrada promoveram, nesta terça-feira (3), a 3ª Caminhada dos Terreiros de Matriz Africana e Afro-descendentes no Recife.
A concentração aconteceu às 15h, no Marco Zero, Centro do Recife. O percurso incluiu a Avenida Rio Branco, a Praça da República, a Rua do Sol, as avenidas Guararapes e Dantas Barreto, culminando no Memorial Zumbi dos Palmares, localizado na Praça do Carmo. De acordo com uma das organizadoras da caminhada, Mãe Elza, além de lutar contra a discriminação religiosa, o objetivo do evento é fazer valer a lei federal nº 10.639 de 2003, que inclui o ensino da história africana no currículo dos ensinos fundamental e médio. "O País ainda não tem a noção do valor dessa comunidade. Todas as expressões de cultura, como afoxé, o samba de roda e o coco, são oriundas da cultura africana", afirma. Durante a abertura, a secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã do Recife, Amparo Araújo, que representou o prefeito João da Costa, citou o artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma que "toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular".
Em seguida, representantes das religiões falaram sobre a discriminação que sofrem por parte de membros de outras crenças e destacaram a importância de por a cultura africana nas escolas, para que essa visão seja modificada. "A luta do povo negro tem sido muito árdua, e essa luta continua. Vamos mostrar que estamos vivos e que queremos o mesmo espaço que todos nessa nação têm", falou o presidente do Grupo de Ativação Cultural do Pina (Grac), Marcos Pereira.
Fonte: http://jc.uol.com.br
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