População indígena brasileira mais que triplicou nos últimos 20 anos, diz IBGE – Por Hanrrikson de Andrade
A população indígena brasileira
triplicou nas últimas duas décadas, passando de 294 mil, em 1991, para 896,9
mil, segundo dados do Censo Demográfico 2010 divulgados nesta
sexta-feira (10), que consideram tanto os residentes em terras indígenas
(demarcadas) quanto os indígenas declarados fora delas.
Segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pelo levantamento, 63,8%
desse total está em áreas rurais e 32,3%, em urbanas. Em relação à
população total do país (que soma mais de 190 milhões de pessoas), os indígenas
representam 0,4%, sendo que o Norte é a região onde eles estão em maior número:
342 mil.
A pesquisa catalogou ainda 274
idiomas distintos entre as 305 etnias encontradas, a maior é a tribo Tikúna,
que corresponde a 6,8% do total de indígenas.
No quesito cor ou raça, que
consta no questionário geral do último Censo, 817,9 mil pessoas se declararam
indígenas, o dado é utilizado pelo IBGE para traçar o comparativo com as
pesquisas censitárias realizadas nas duas últimas décadas (1991 e 2000).
CENSO INDÍGENA
896,9 mil - pessoas - O cálculo considera os 817,9 mil
declarados no quesito cor ou raça e 78,9 mil que residiam em terras indígenas e
se declararam de outra cor ou raça, mas se consideravam indígenas de acordo com
aspectos como tradições, costumes, entre outros.
505 - terras indígenas - Áreas demarcadas que são
habitadas tanto por pessoas que se declararam indígenas como por outros
indivíduos.
305 - etnias - Segundo o IBGE, antes do Censo
2010, as pesquisas acadêmicas publicadas sobre o assunto trabalhavam com
estimativa de 220 etnias. O número é surpreendente.
204 - idiomas - Considerando os indígenas com
idade superior ou igual a cinco anos, 37,4% tinham como idioma usual alguma
língua indígena e 76,9% se comunicavam prioritariamente em português.
IBGE - Censo 2010
Já 78,9 mil pessoas se declararam
de outra cor ou raça (principalmente pardos), mas moram em terras indígenas e
se consideram como tal em razão de variados aspectos, tais como tradições,
costumes, cultura, entre outros.
Com apoio da Funai (Fundação
Nacional do Índio), os técnicos do IBGE catalogaram 505 terras indígenas, o que
corresponde a 12,5% do território brasileiro, que hoje tem pouco mais de 106
milhões de hectares.
Há 517,4 mil indígenas morando
nessas áreas, sendo Yanomami (25,7 mil), que se divide entre Amazonas e
Roraima, a de maior contingente populacional, representando 5% do total
da população indígena brasileira.
Etnias e idiomas
Um desdobramento inédito do Censo
Demográfico indica que a população indígena brasileira possui 305 etnias e 274
idiomas distintos, cuja maioria é derivada do tronco linguístico Tupi.
De acordo com a metodologia
utilizada pelo IBGE, o conceito de etnia é tomado por "comunidades
definidas a partir de afinidades linguísticas, culturais e sociais".
Segundo a diretora de pesquisa do
instituto, Nilza Pereira, o número é surpreendente: "As pesquisas
acadêmicas que foram divulgadas nos últimos anos trabalhavam com uma estimativa
de 220 etnias. Descobrimos que muitas que eram dadas como extintas, na verdade,
não estão".
"Observamos o ressurgimento
de muitas etnias. Eles estão saindo da invisibilidade graças a esse
desdobramento do Censo. O momento é propício", completou ela.
Das 305 etnias catalogadas, 250
estão dentro de áreas demarcadas e 300 fora das terras indígenas. De acordo com
o IBGE, o cálculo considera que algumas etnias figuram em ambos os casos, das
quais algumas são baseadas na resposta de uma única pessoa.
Segundo o Censo, considerando os
indígenas com idade superior ou igual a cinco anos, 37,4% tinham como idioma
usual alguma língua indígena e 76,9% se comunicavam prioritariamente em
português.
As regiões nas quais as etnias
mais preservam as suas línguas nativas são o Norte (55,2%) e o Centro-Oeste
(57,1%), isto é, mais da metade da população indígena nessas regiões se encaixa
em tal perfil. Já 16,3% dos indígenas com idade superior ou igual a cinco anos
declararam não falar português.
Fonte: http://noticias.uol.com.br
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