Verba de R$ 1 bilhão para universidades fica sem uso – Por venceslau borlina filho
Instituições não conseguem
utilizar dinheiro do BNDES para financiar melhorias. Elas afirmam que há muitas
exigências para obter recursos do programa feito em parceria com o MEC
Uma verba de R$ 1 bilhão
destinada ao financiamento de melhorias das universidades do país a juros mais
acessíveis está parada, sem uso, desde abril do ano passado.
O dinheiro faz parte de um
programa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação.
Ele pode ser usado para financiar
de obras e compra de equipamentos e de softwares a gastos com capacitação e
treinamento para gestão.
O problema, segundo as
universidades, é que o acesso ao dinheiro disponibilizado pelo IES (Programa de
Melhoria do Ensino das Instituições de Educação Superior) possui uma lista de
requisitos extensa, o que dificulta o pedido de empréstimo.
Entre as exigências estão a
adesão a programas para o ensino superior, como o Fies (Fundo de Financiamento
ao Estudante do Ensino Superior) e o Prouni (Programa Universidade para Todos).
A instituição também tem que ter boa avaliação do MEC.
OBSTÁCULOS
"Esses obstáculos impedem as
instituições de acessarem o recurso. E as mais punidas são as que mais
precisam", disse o diretor-executivo da Associação Brasileira de
Mantenedoras de Ensino Superior, Sólon Caldas.
"Se o objetivo é financiar a
melhoria do ensino, isso não está sendo alcançado." Segundo Caldas, como alternativa,
as instituições de ensino superior têm recorrido aos bancos comerciais, que têm
juros maiores.
O pró-reitor do Centro Universitário
de Votuporanga (a 521 km de São Paulo), Marcelo Casali Casseb, afirmou que para
os investimentos tem priorizado financiamentos do BNDES não vinculados ao MEC.
"Estes [do MEC] são extremamente burocráticos."
Já o problema apontado pela
Universidade Estácio é outro. Com ações negociadas na Bolsa de Valores, a
empresa tem, atualmente, a maioria do capital estrangeiro. "Por isso, não
podemos acessar o BNDES", disse o diretor-financeiro, Virgílio Gibbon.
Segundo ele, o recurso do BNDES
poderia ser usado para ampliar a distribuição de tablets para todos os alunos.
SEGUNDA VERSÃO
Esta é a segunda versão do IES. A
primeira vigorou de 1997 a 2007 e contratou R$ 525,7 milhões dos R$ 900 milhões
disponíveis. De acordo com relatório do BNDES, 48 instituições conseguiram ter
acesso ao financiamento.
No período, o número de
matrículas presenciais nas universidades aumentou 163% e o total de
instituições privadas subiu 195%, segundo o mesmo relatório.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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