Bispo fala sobre vivência pacífica de diversas religiões no Brasil


Terminou nesta terça-feira, 30, no Vaticano, um encontro promovido pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos sobre o diálogo judaico-católico.

Participaram deste encontro representantes de várias Conferências Episcopais. A finalidade é fazer um balanço do diálogo entre as duas confissões religiosas e tomar conhecimento das iniciativas empreendidas em várias partes do mundo para promover este diálogo e, assim, ter uma panorâmica que possa incentivar uma postura mais homogênea por parte da Igreja Católica.

Do Brasil, participa o Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ), Dom Francesco Biasin, que é presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nomeado, no último sábado, 27, pelo Papa Bento XVI, membro do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso:

Em sua contribuição no encontro, Dom Biasin falou sobre as iniciativas em comum entre judeus e católicos no Brasil. "Todo ano nós temos a Assembleia Judaico-cristã, na qual tratamos de um tema de interesse comum". A última edição aconteceu há 15 dias em Belo Horizonte e o assunto abordado foi ética na ecologia. 

Dom Biasin destacou também uma experiência vivida no Brasil que talvez seja única no mundo: "o fato de que as famílias judaicas mandam seus filhos para fazer a Faculdade nas Pontifícias Universidades Católicas ou nas universidades mantidas por congregações religiosas, como salesianos ou congregações de irmãs, porque sentem que lá a educação e a formação têm um cunho muito especial. Além de ser séria, ela tem também uma orientação bíblica, que é aquilo que interessa para eles".

Outra iniciativa foi a convocação de jovens no Brasil para viverem uma experiência comum. "Por exemplo, em São Paulo, há seis jovens católicos, seis jovens muçulmanos e seis jovens judeus que se encontram semanalmente, primeiro para colocar em comum a experiência da sua própria fé, da sua própria religião, e depois para ver como influir nas universidades, para criar um clima de respeito e de diálogo e, ao mesmo tempo, de defesa dos valores comuns. A cultura pluriétnica do Brasil favorece demais esse tipo de diálogo".




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