Igreja aposta no multimédia


Projeto «365 dias, 365 obras» vai permitir aceder ao património religioso através das novas plataformas de comunicação

O Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja Católica (SNBCI) vai apresentar na quinta-feira a iniciativa “App 365 dias, 365 obras”, projeto que recorre às novas tecnologias para aproximar o património religioso da sociedade.

Através de uma “plataforma online disponível nas versões IPAD, Android, Mac e PC”, as pessoas vão ter acesso a “uma obra por cada dia do ano, em articulação com o calendário litúrgico que a integra”, adianta a diretora daquele organismo, Sandra Costa Saldanha, no editorial da edição desta terça-feira do Semanário ECCLESIA.

Aquela responsável mostra-se confiante de que, com o desenvolvimento desta ferramenta “multimédia”, será possível colocar o “legado” histórico da Igreja num campo “mais” vasto de “partilha” e “interpretação”, fomentando assim “uma consciência crítica de valorização e redescoberta do património religioso português”.

O objetivo não é transformar os bens religiosos numa “nova industria cultural, de consumo superficial e espiritualmente nula”, mas sim promover “a sua valorização ao serviço da missão que lhe está confiada, duplamente cultual e cultural”, salienta.

A iniciativa “App 365 dias, 365 obras “, que será lançada às 18h00 no antigo refeitório do Mosteiro dos Jerónimos, surge no seguimento de outros processos de desenvolvimento, divulgação e preservação do património eclesial português, como o projeto “Cesareia”, que visa colocar à disposição do público um catálogo online com a descrição de todo o espólio contido nas bibliotecas católicas.

Até ao momento, já aderiram pelo menos 22 bibliotecas do país, entre as quais quase todas as bibliotecas ligadas à Universidade Católica Portuguesa e ainda a Brotéria, da Companhia de Jesus.

Outra aposta em andamento é a “Rota das Catedrais”, que prevê a recuperação e divulgação de 25 monumentos religiosos espalhados pelo país, através de um protocolo de cooperação entre a Conferência Episcopal Portuguesa e o Estado.

A parceria suportada por fundos comunitários já permitiu a definição de intervenções em pelo menos uma dezena de catedrais.

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