Dalai Lama diz que espera reforma política após transição na China - Por Chris Meyers
O futuro líder chinês, Xi
Jinping, não terá alternativa senão iniciar reformas políticas duradouras,
assim como já ocorreu com as reformas econômicas, disse nesta segunda-feira o
Dalai Lama, líder espiritual tibetano no exílio.
Xi, hoje vice-presidente, deve
substituir o presidente Hu Jintao como secretário-geral do Partido Comunista,
durante o congresso do Partido Comunista que começa na quinta-feira. Em março,
ele deve assumir a Presidência, encerrando uma transição que acontece a cada
década no regime chinês.
"Agora a era de Hu Jintao é
passado, agora Xi Jinping está chegando como presidente. Acho que não há
alternativa exceto alguma mudança política, portanto uma reforma política. A
reforma econômica já está aí", disse o Dalai Lama a jornalistas em visita
ao Japão.
Ele admitiu que as reformas
econômicas resultaram em benefícios para a China, mas disse que o recurso à
força por parte das autoridades contraria seu objetivo de criar uma
"sociedade harmoniosa". "Usar a força acarreta suspeita, medo.
Isso é o contrário de harmonia."
A China acusa o Dalai Lama de ser
um separatista e de estimular protestos contra o domínio chinês sobre o Tibet,
incluindo mais de 60 autoimolações na região e seus arredores desde março de
2011.
O Dalai Lama nega ser um
separatista, e diz que só deseja uma autonomia significativa para a sua região
montanhosa. O líder budista afirmou esperar
que, se a China se democratizar, isso ajudará a resolver atritos com seus
vizinhos, como a disputa territorial entre China e Japão por causa de várias
ilhas.
As relações sino-japonesas se
deterioraram fortemente desde setembro, quando o governo japonês nacionalizou
ilhas reivindicadas por Pequim, o que motivou protestos anti-Japão em várias
partes da China. Autoridades ministeriais dos dois
países disseram se reuniram na segunda-feira na China e decidiram manter seu
diálogo.
Fonte: http://br.reuters.com
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