Umbandistas pedem que imagem de Iemanjá seja tombada em Teresina - Por Fábio Lima
Na tarde
desta quinta-feira (15), umbandistas se reuniram na avenida Marechal Castelo
Branco, ao lado da imagem de Iemanjá, protestando contra a intolerância e
reivindicando que a estátua vire patrimônio. O ato acontece em meio as
comemorações do Dia Nacional da Umbanda.
Presidente
da Rede Estadual de Cultos Afros, Mãe Eufrazina Gomes Aurélio, afirmou que vai
solicitar o tombamento da imagem, que foi depredada por oito vezes nos últimos
três anos.
"Estamos
aqui pedindo respeito para acabar com a intolerância religiosa. Na Umbanda não
existe preconceito de raça, nem de cor", declarou em meio ao protesto, com
faixas e carros de som que fecharam a avenida.
A Rede
está fazendo um levantamento do prejuízo dos danos provocados na imagem, que
vão desde apedrejamentos a até marcas de queimaduras.
Segundo
Mãe Eufrazina, no último mapeamento feito foram encontrados mais de 480 tendas
e terreiros em Teresina. Representantes deles foram até a imagem do bairro
Ilhotas, zona Sul da capital, participar do ato. Pares e pastores evangélicos
também foram convidados para participar da manifestação.
O cantor
e compositor Benício Ben, umbandista praticante há um ano, afirmou que o ato de
hoje marca o início da luta pelo direito da liberdade de expressão e contra a
intolerância. "Que se respeite a Umbanda. As pessoas só vão conseguir
viver em paz e união com respeito as religiões".
Assunção
Aguiar, filha de santo e líder do grupo afrocultural Coisa de Nêgo, destaca que
a principal intolerância vivida pelos umbandistas é tentativa de retirar a
identidade da religião, inclusive danificando imagens.
"Muitas
religiões perseguem os umbandistas. Dizem que vivemos em um estado laico, mas
isso nunca chegou para a umbanda. tudo é muito difícil", disse. Ela
ressalta que a água é sagrada para os umbandistas e pediu socorro ao rio
Poty, que margeia a avenida Marechal e está morrendo.
Fonte: http://www.cidadeverde.com
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