Religiões africanas lançam fórum de combate à descriminação em Macapá/AM
Membros das religiões de matriz
africana estão realizando, em Macapá, o Fórum Permanente de Combate à
Discriminação Religiosa. O evento é alusivo ao Dia Nacional de Combate à
Descriminação Religiosa, comemorado ontem, 21.
“Muitas pessoas confundem e têm
preconceito sobre as religiões de matrizes africanas. Essas oferendas que são
feitas nas ruas, não são realizadas pelo Candomblé nem pela Umbanda”, disse o
Ogan Sebastian Campos. Ogan é a figura masculina no candomblé, que é braço
direito do sacerdote, popularmente conhecido como pai de Santo.
Sebastian explicou a diferença
entre a umbanda e o candomblé. “A umbanda é o resultado da mistura entre o
candomblé africano, pajelança indígena e o cristianismo caboclo. Já o candomblé
é originalmente africano e veio com os escravos. Ele mantém sua linha original
de acordo com a tradição africana”.
Muitas pessoas, segundo
Sebastian, descriminam as religiões africanas por pensarem que são elas que
fazem as famosas “macumbas” nas ruas. Primeiro que macumba é o nome de um
instrumento ancestral ao atabaque, portanto, macumbeiro nada mais é do que um
homem que tocava os instrumentos. A questão dos sacrifícios que são feitos nas
ruas, envolve a quimbanda, que trabalha magias desconhecidas.
Ontem, um café da manhã com
lideranças das religiões africanas marcou o início do fórum. Serão feitas
palestras nas escolas e divulgação na mídia de combate à descriminação. “Nossas
religiões sempre se preocuparam com o lado social, como grupos de capoeira,
oficinas de percussão e conversa com a comunidade sobre saúde. Vamos ampliar e
difundir essas ações na mídia”.
O fórum terá o apoio das
secretarias estaduais e municipais da saúde e da educação. Outra ação está
relacionada aos centros de adoração. Será feito o pedido de isenção do
pagamento de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), como já acontece nas
igrejas cristãs.
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