Falta de dinheiro nos hospitais dificulta assistência espiritual aos doentes em Portugal - por Paula Costa Dias

Acompanhamento nestas circunstâncias não deixa de ser feito pelo facto de não ser pago, garante o coordenador das capelanias hospitalares.  

A assistência religiosa e espiritual nos hospitais está a ser dificultada devido à situação financeira das instituições, disse à Renascença o coordenador das capelanias hospitalares, à margem do Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que decorre em Fatima.

Algumas unidades estão com dificuldades em suportar os encargos com a assistência religiosa e espiritual, mas, segundo o padre José Nuno da Silva, mesmo sem dinheiro, esta não está em causa.

“A crise económica coloca problemas sérios aos hospitais. Eu não tenho cara para fazer exigências a um hospital para contratar um capelão quando esse hospital precisa de contratar enfermeiros e não tem”, afirma.

“Nós não temos nenhuma recusa, temos assuntos pendentes. Alguns que vêm do passado, alguns mais recentes. O acompanhamento espiritual e religioso, nestas circunstâncias, não deixará de ser feito pelo facto de não ser pago”, assegura José Nuno da Silva.

O coordenador nacional dos capelães hospitalares acrescentou que é preciso mais formação para os cristãos leigos presentes nas instituições.


“A Igreja tem de formar as gentes devidamente, também para a parte dos hospitais escondida ao comum dos mortais, que são os laboratórios, a investigação, a ciência; é necessário que estejam cristãos e cristãs formados, conscientes da sua razão de cristãos, capazes de dar a razão da sua fé, não de impor uma verdade, mas de oferecer um contributo”, defende o capelão, um dos intervenientes no Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que decorre até sexta-feira em Fátima.




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