FGV vai oferecer cursinho para estudantes de escolas públicas – Por Felipe Maia
Só um dos 50 alunos que entraram
neste ano na turma de administração pública da Fundação Getúlio Vargas terminou
o ensino médio em uma escola do governo.
Para tentar tornar o curso mais
plural, estudantes da instituição, com apoio da direção, vão lançar no segundo
semestre um cursinho para estudantes de colégios públicos. O objetivo é que eles
tenham mais chances de passar no vestibular.
De acordo com Marco Antonio
Teixeira, 47, vice coordenador do curso, a ideia é que esse público deixe de se
"autoexcluir". A mensalidade da graduação é de cerca de R$ 2.800.
"Nós temos políticas de
bolsa. Se o aluno entrou por mérito, não vai deixar de estudar por causa de
dinheiro."
Hoje, em torno de 25% dos
estudantes de administração da instituição têm alguma ajuda financeira, desde
bolsas totais até modalidades em que os valores são devolvidos após a
formatura. Existe a percepção de que atrair
alunos de diferentes origens influencia na qualidade da formação.
"Um dos princípios
fundamentais é aumentar a pluralidade de ideias e de valores. Isso vai ser
positivo para o curso", afirma Bruna Henrique Caruso, 19, uma das
responsáveis pela iniciativa. O Insper, outra instituição de
elite, com mensalidade média de R$ 3.050, adota o mesmo discurso.
De acordo com a gerente de
relacionamento institucional, Camila Du Plessis, 6% dos 1.500 alunos têm alguma
modalidade de bolsa. "É pouco, mas o que acontece é que muitos deles
[estudantes de escola pública] não passam no vestibular."
As inscrições para o cursinho da
FGV devem começar no fim junho e as aulas, em agosto. Os interessados serão
avaliados por meio de questionários socioeconômicos e de entrevistas.
No total,
devem ser abertas 40 vagas. As aulas serão ministradas por
estudantes de pós-graduação e de mestrado da FGV.
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