Livro aprofunda história de filme de ficção científica de Will Smith – Por Guilherme Solari
Quem gostar do filme "Depois
da Terra", do diretor M. Night Shyamalan e com Will Smith e seu filho
Jaden Smith no elenco, pode se aprofundar na história com o livro "A Fera
Perfeita", vendido como o prelúdio oficial do longa.
Mas o livro escrito por Peter
David, Michael Jan Friedman e Robert Greenberger, autores com experiência na
adaptação em romances de séries de super-heróis ou ficção científica e roteiros
de quadrinhos, é também um bom romance de ficção científica com uma aventura
que pode ser apreciado por quem não se interessa pelo longa do diretor de
"Sexto Sentido".
O enredo do livro se passa anos
antes do filme, em um planeta distante da Terra chamado Nova Prime, invadido
por criaturas predatórias enviadas contra os seres humanos por alienígenas que
consideram o local sagrado em sua religião.
A obra já dá um gostinho da
temida criatura mostrada em "Depois da Terra" e aprofunda o mundo
construído para o filme, entrando mais na sociedade humana futura e na ordem
militar à qual Will Smith pertence no filme.
Em particular, mostra as
motivações dos extraterrestres Skrel pata odiar a humanidade, em capítulos
dedicados ao ponto de vista dos aliens. Os Skrel são talvez o mais interessante
da história. São violentos, agressivos e com a paciência de planejar por
séculos a destruição humana antes de agir e poderiam ter sido mais explorados
no longa e no livro.
"A Fera Perfeita" é um
bom livro de ficção científico, mas poderia ter um início mais enxuto. O
primeiro terço do livro envolve basicamente joguetes políticos de bastidores e
discussões orçamentárias pouco atraentes. A narrativa se aquece bastante quando
os monstrões apelidados pelos colonos humanos de Ursa entram em cena.
Projetados por anos para serem os predadores perfeitos contra os seres humanos,
caçam os colonos de Nova Prime, deixando a humanidade à beira da extinção.
O desmantelamento da sociedade é
bem construído, mostrando o progressivo desespero dos sobreviventes conforme a
colônia humana mergulha no caos. Há uma atmosfera de impotência conforme as
estratégias de defesa se mostram ineficientes e a população vai sendo devorada
aos poucos. Os personagens parecem competir pelo posto de mais genérico. Temos
o cadete idealista, o jornalista abutre, o político traiçoeiro, o veterano
heroico, além de um par romântico sem química alguma.
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