Teólogos debatem temas como Deus, fé e Natal durante o ano todo – Por Gabriela Lima
Estudiosos analisam data em que
se comemora o nascimento de Cristo. A Teologia é considerada como ciência pelo MEC desde 2002.
Com a chegada do Natal, data em
que os cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo, muitas pessoas voltam o
pensamento para Deus. Mas para uma turma, o assunto é tema de reflexão o ano
inteiro. São os alunos de teologia, curso que estuda as grandes religiões
mundiais: judaísmo, islamismo, cristianismo, budismo, hinduísmo e cristianismo
(protestante, católico romano e espírita).
Atualmente, quatro cursos
presenciais estão autorizados pelo Ministério da Educação (MEC) em Goiás. Todos
eles com temática cristã. Durante as aulas, entre os temas debatidos entra o
dia 25 de dezembro, quando os cristãos comemoram o nascimento de Jesus. Para
alguns estudiosos, a data tem comprovação histórica. Para outros, não.
"Os evangelistas não se ativeram a esse data. Naquele período, ainda não havia o calendário solar [gregoriano]. Hoje, fazendo estudos maiores, não há comprovoção histórica do dia, mas acredita que tenha sido no período de dezembro", diz o padre David Pereira de Jesus, diretor acadêmico de Filosofia e Teologia do Instituto Santa Cruz, que ministra o curso em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
"Os evangelistas não se ativeram a esse data. Naquele período, ainda não havia o calendário solar [gregoriano]. Hoje, fazendo estudos maiores, não há comprovoção histórica do dia, mas acredita que tenha sido no período de dezembro", diz o padre David Pereira de Jesus, diretor acadêmico de Filosofia e Teologia do Instituto Santa Cruz, que ministra o curso em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
Diretor-mantenedor da Faculdade
de Teologia de Goiás (Fatego), o pastor Gilsemar Sousa Brandão tem uma visão
diferente. "O dia 25 de dezembro é dia da morte de São Nicolau. A data foi
absolvida pela igreja. Mas a data mais provável para o nascimento de Cristo é
no período entre 25 de fevereiro até 1º de abril, era época de colheita de
Israel", argumenta.
Polêmica à parte, nenhuma das
vertentes questiona a importância do nascimento de Cristo para diversas
religiões. Padre David lembra que, além de ser considerado o filho de Deus e
salvador pelos cristãos, ele também é um dos mais importantes profetas do
islamismo e dividiu a contagem do tempo no mundo ocidental em antes e depois do
seu nascimento.
Vertente católica
Um dos mais tradicionais da capital, o curso da PUC-GO, como o nome da instituição sugere, é cristão católico. Padre David explica que, nas aulas, o teólogo estuda a igreja, os dogmas, e homem e a sociologia das religiões. As disciplinas são oferecidas tanto para leigos quanto para quem quer se dedicar à vida religiosa.
No entanto, ele afirma que no Brasil há faculdades de teologia judaica, messiânica, adventista e até de umbanda. Segundo dados do MEC, o senso do ensino superior de 2012 registrava 111 cursos em diversos estados brasileiros.
O perfil dos estudantes de
teologia na PUC, segundo padre David, varia de acordo com o turno. "Pela
manhã, o curso é composto, em sua maioria, por seminaristas. Nas turmas do
período noturno há a predominância de pessoas que estão procurando o
aprofundamento na fé ou querem ser professores de ensino religioso", relata.
Entre os alunos que buscam o
estudo sobre Deus está Hugo de Paula Prudente, de 30 anos. Casado e formado em
engenharia civil, ele conta que sempre foi católico por tradição, mas não era
praticante.
"A princípio, procurei fazer o curso para aumentar o
conhecimento e aprofundar a fé, mas agora percebo que a minha vocação é maior.
Não é só para o meu conhecimento, é para servir o próximo", afirma.
A Ciência também diz que a licenciatura tem atraído cada vez mais pessoas que querem dar aulas de ensino religioso no ensino fundamental. "A maioria dos nossos alunos procura o curso para depois prestar concurso", explica.
A Ciência também diz que a licenciatura tem atraído cada vez mais pessoas que querem dar aulas de ensino religioso no ensino fundamental. "A maioria dos nossos alunos procura o curso para depois prestar concurso", explica.
Brandão explica que a teologia
não pertence a nenhuma denominação religiosa e é reconhecida como uma ciência
pelo MEC desde 2002. No entanto, na maioria das faculdades brasileiras, o curso
é baseado na Bíblia.
O pastor admite a ótica Cristã na
Fatego, mas ressalta: "O que se prega nas igrejas católicas e protestantes
são filosofias religiosas. A teologia é diferente da filosofia da religião.
Estuda o que está escrito nos pergaminhos", diz.
Formado em direito, teologia,
pedagogia e pós-graduado em ciências sociais das religiões, o pastor garante:
"Teologia é vida. É um curso muito especial".
Fonte: http://g1.globo.com
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