Governo ucraniano ameaça ilegalizar actividades da Igreja Greco-Católica
O governo ucraniano ameaçou a
Igreja Greco-Católica da Ucrânia com a declaração da ilegalidade das suas
actividades religiosas por causa da participação de membros da igreja nas
manifestações anti governo.
O Patriarca da Ucrânia recebeu
uma carta do Ministério da Cultura no início de Janeiro sobre o “sistemático
desrespeito pela lei demonstrado por alguns padres presentes nas manifestações”
na Praça da Independência.
O Patriarca respondeu que a igreja
não está a tomar parte nos eventos políticos, mas está presente perto dos fiéis
que assim o desejam. “Pensámos que o tempo da
repressão tinha passado, mas este tipo de cartas traz-nos dúvidas. Não temos
vergonha da nossa presença na Praça da Independência e vamos lá continuar”,
disse o Patriarca.
A última vez que a Igreja
Greco-Católica da Ucrânia foi declarada ilegal foi em 1946, durante as purgas
de Estaline, e existiu ilegalmente durante 40 anos. Os protestos decorrem na Praça da
Independência, no centro de Kiev, há dois meses por manifestantes que se opõem
à decisão do Governo de privilegiar uma aproximação à Rússia em detrimento da
integração europeia.
As manifestações na Ucrânia têm
também uma vertente religiosa. A esmagadora maioria dos ucranianos são
cristãos, mas encontram-se divididos em várias confissões, com três que se
destacam das restantes.
Em primeiro lugar encontra-se a
Igreja Ortodoxa Ucraniana, Patriarcado de Kiev, com cerca de 40% da população,
que se separou da Igreja Ortodoxa Russa na mesma altura em que a Ucrânia se
tornou independente, mas que não é reconhecida pelas restantes igrejas
ortodoxas do mundo.
Esta Igreja, juntamente com a
Igreja Greco-Católica da Ucrânia, que mantém a liturgia e a espiritualidade
oriental, mas está em comunhão com Roma, e conta com cerca de 15% da população
ucraniana, tendem a apoiar a oposição e preferir uma abertura ao Ocidente.
Do outro lado encontram-se os
ortodoxos que se mantiveram fiéis a Moscovo, e que contabilizam cerca de 30% da
população.
Fonte: http://rr.sapo.pt
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