Igreja ortodoxa russa é criticada por edição de calendário com Stalin
A Igreja Ortodoxa russa está
sendo alvo de fortes críticas nesta semana na Internet por causa de um
calendário de parede de 2014 publicado por uma editora de um mosteiro
reverenciado no qual aparece o retrato do ditador soviético Joseph Stalin.
O calendário em branco e preto,
intitulado: "Stalin" e vendido por 200 rublos (R$ 16), é anunciado
como um "grande presente para veteranos e fãs de história".
O
historiador Mikhail Babkin chamou a atenção do público para o assunto em seu
blog, no dia 7. "Desonra, vergonha e insulto a todos os que
pereceram", escreveu uma pessoa, em um dos 200 comentários ao texto de
Babkin no blog, referindo-se aos milhões que morreram por causa da coletivização
forçada das terras e da brutal repressão política de Stalin.
A Igreja Ortodoxa russa,
severamente perseguida durante o período stalinista, mas vive um período de
ressurgimento desde o colapso da União Soviética, em 1991, afirmou ter
demitido o chefe da editora em julho, depois de ter descoberto a impressão, mas
os calendários já tinham sido entregues.
"A Igreja Ortodoxa russa foi alvo
das mais severas repressões durante o regime de Stalin, quando milhares de
padres foram deportados ou executados. Divulgar tal publicação em uma estrutura
da igreja é moralmente inaceitável", disse à Reuters um porta-voz da
instituição religiosa, Vakhtang Kipshidze.
Mas, refletindo a simpatia que
muitos russos ainda sentem por Stalin, pois lhe atribuem a vitória na Segunda
Guerra Mundial e o status do país como superpotência mundial, Kipshidze
acrescentou:
"Apesar de que deveríamos levar em conta o pressuposto de que
tanto na Igreja Ortodoxa russa como na sociedade russa há diferentes visões
sobre o papel de Joseph Stalin na história russa, e todo o mundo tem o direito
de ter seu ponto de vista."
Críticos do Kremlin acusam o
presidente russo, Vladimir Putin, de polir a imagem de Stalin e de celebrar as
realizações modernizantes da União Soviética para estimular o orgulho nacional.
Desde que voltou à Presidência em meados de 2012, Putin também vem procurando
apelar aos eleitores conservadores para ampliar sua autoridade e tem também
promovido cada vez mais a igreja ortodoxa como porta-estandarte dos valores
nacionais.
Fonte: http://noticias.terra.com.br
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