Mocidade Alegre fala de fé e faz toda a escola se ajoelhar na busca por tri

Movimento coordenado na parada da bateria comoveu o público. Escola cantou sobre as religiões e superstições de todo o mundo.

Atual bicampeã do Grupo Especial, a Mocidade Alegre entrou no sambódromo pouco antes da 1h deste domingo (02/03) para defender seu título de melhor escola da cidade. O enredo escolhido foi: Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar!. Assinado pelos carnavalescos Sidnei França e Márcio Gonçalves, o desfile encantou o público ao falar sobre as diferentes maneiras de vivenciar a fé.

Mergulhando na religiosidade de várias partes do mundo, a escola vestiu várias de suas alas com elementos de religiões como o judaísmo, o candomblé, o islamismo, o espiritismo e crenças indígenas como a pajelança cabocla, as benzedeiras e os curandeiros

"Oh pai, conduz teus fiéis a buscar / na eternidade encontrar, a salvação, diz um do versos do samba-enredo da Mocidade. A superstição também foi levada à avenida, com componentes fantasiados de gato preto, horóscopo e numerologia. Arruda pra benzer / ervas pra curar / tem reza forte da maria benzedeira", cantaram os 3.500 integrantes no refrão.

Com um estreante assinando a coreografia, a comissão de frente coordenada por Robério Theodoro representou o poder da sedução. Parte dos bailarinos entrou vendada na avenida, indicando que a fé muitas vezes pode ser cega. A evolução foi feita seguindo comandos por voz do coreógrafo.

Os 240 ritmistas da bateria estavam comandados por Marcos Rezende, o Mestre Sombra, que também é vice-presidente da escola. Eles foram acompanhados da rainha Aline Oliveira, ex-ritmista da escola, pelo terceiro ano consecutivo. Em um movimento coordenado e inusitado, todos os integrantes da escola se ajoelharam em plena avenida durante uma das paradas da bateria e comoveram o público que lotou a arquibancada.

O abre-alas trouxe os elementos que representam a fé, e como ela pode levar as pessoas a mudar suas vidas. A segunda alegoria da Mocidade apresentou um templo, a construção elaborada pelos homens desejosos de ter um lugar onde possam professar sua fé. O carro foi montado com objetos de várias religiões, como a Torá e a Bíblia, e os destaques representaram diferentes tipos de sacerdotes e homens de fé.

O terceiro carro foi inspirado no equilíbrio entre o mundo terreno e o resto do universo, no qual se sustentam as crenças. Já a alegoria seguinte, sobre o mercado da fé, mostrou outro lado da religião: a comercialização de produtos religiosos e o proveito que alguns líderes de igrejas tiram da fé alheia, na forma da coleta do dízimo. O último carro alegórico da Mocidade Alegre inspirou o público a buscar, dentro de si, a força da luz interior para conseguir superar as barreiras e obstáculos que a vida apresenta.


Com evolução impecável, a escola viveu momentos de tensão apenas nos últimos segundos do desfile, já que o último carro passou pela linha de chegada poucos segundos antes de estourar o tempo máximo.



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