840 milhões de pessoas são afetadas pela subnutrição em todo o mundo
O diretor-geral da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da
Silva, advertiu na quinta-feira (12/06), em Roma, na Itália, para o
progresso insuficiente na luta contra a subnutrição, que afeta aproximadamente
842 milhões de pessoas.
Graziano da Silva fez a
declaração durante a apresentação da 2ª Conferência Internacional sobre a Nutrição,
que acontecerá em Roma, entre 19 e 21 de novembro. O diretor-geral da FAO
lamentou que os avanços obtidos desde a última conferência, em 1992, “tenham
sido insuficientes e desiguais”.
O brasileiro sublinhou que a
subnutrição causa uma perda econômica considerável, que ficaria perto dos 5% do
Produto Interno Bruto mundial, reconhecendo que “não temos prestado atenção à
nutrição durante anos, só temos nos preocupado com a alimentação”.
Acrescentou que os problemas de
nutrição são “um assunto público e não privado. As sociedades, não só os
indivíduos têm de abordá-los”.
A conferência sobre nutrição é
uma continuação daquela feita em 1992 e seus coorganizadores, a FAO e a
Organização Mundial da Saúde (OMS), pretendem com ela alcançar uma
“declaração política”, com o compromisso de aprovar ações “efetivas e
coordenadas para melhorar a nutrição”.
Além disso, o objetivo declarado
é estabelecer um “quadro de ação”, com a orientação técnica para a
implementação dessas ações, de modo que as diferentes estratégias nacionais
sejam coerentes.
Segundo os dados da FAO,
distribuídos hoje em Roma, aproximadamente 45% das 6,9 milhões de mortes de
crianças que se registram anualmente estão vinculadas à subnutrição e um total
de 162 milhões de menores de idade são afetados pela subnutrição crônica.
Dois milhões de pessoas são
afetadas por problemas de deficiências de micronutrientes e 500 milhões de
pessoas sofrem de obesidade, segundo a FAO.
Entre os participantes da
conferência estará o papa Francisco. Graziano da Silva disse que as “igrejas desempenham um
papel fundamental” neste tema e a presença do papa é um símbolo da cooperação
da FAO com todas as religiões.
Além do papa, a FAO referiu que
“outros chefes de Estado e de Governo, dignatários e líderes religiosos” também
foram convidados. Também estarão presentes o secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, o Presidente da Itália, Giorgio Napolitano, a Presidente do Chile,
Michelle Bachelet, entre outros.
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