A fé que vem da África – Por Angélica Moura
Entenda os cultos brasileiros
inspirados em rituais que atravessaram o Atlântico.
Os 3,5 milhões de africanos que
vieram para o Brasil como escravos ao longo de 300 anos deixaram marcas
profundas. Uma das heranças mais marcantes desse encontro é a religiosidade de
origem afro. Ao desembarcar em estados tão distantes entre si como Maranhão,
Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, os escravos
criaram diversos novos nichos da religião originada do outro lado do oceano
Atlântico.
Os africanos acreditam que o mundo é constituído de forças. Tudo e todos, sejam seres vivos ou inanimados, possuem uma força vital (chamada de "ntu" pelo povo bantu, originário da África subsariana, e "axé" pela nação ioruba, vinda da região de Nigéria, Benin e Guiné).
Os africanos acreditam que o mundo é constituído de forças. Tudo e todos, sejam seres vivos ou inanimados, possuem uma força vital (chamada de "ntu" pelo povo bantu, originário da África subsariana, e "axé" pela nação ioruba, vinda da região de Nigéria, Benin e Guiné).
De acordo com essa fé, os
seres humanos podem manipular essas forças. Graças à mediunidade, eles
estabelecem a comunicação entre a força visível (o homem) e a força não visível
(os orixás ou os antepassados).
"Nos povos iorubas, a força vital é movida através da incorporação de forças da natureza, representadas pelos orixás. Nos povos bantus, a força vital é manipulada pela incorporação da força humana dos antepassados", afirma Dilma de Melo Silva, professora de Cultura Brasileira da USP.
"Nos povos iorubas, a força vital é movida através da incorporação de forças da natureza, representadas pelos orixás. Nos povos bantus, a força vital é manipulada pela incorporação da força humana dos antepassados", afirma Dilma de Melo Silva, professora de Cultura Brasileira da USP.
Segundo Eduardo
Oliveira, no livro: Cosmovisão Africana no Brasil, "as religiões africanas
são eminentemente comunitárias. O importante é o bem-estar de todos os membros
do grupo". Ou seja, tanto aqui como na África, o culto religioso visa a
harmonia espiritual e social.
A rota de oito cultos praticados por aqui
Catimbó: Mais comum na Amazônia, é marcado pela influência indígena. As entidades
cultuadas são caboclos e um instrumento dos índios, o maracá, está sempre
presente.
Tambor de Mina: Nome dado no Maranhão à religião africana praticada de acordo com a tradição jeje-nagô. Os filhos de santo incorporam voduns, orixás e caboclos.
Xangô: Praticado principalmente em Pernambuco. As diferenças com relação ao candomblé são sutis: o dia de oferenda ao orixá ou a fixação do couro no atabaque.
Candomblé: Comum principalmente na Bahia, segue a tradição ioruba e cultua os orixás. Cada um contém uma qualidade específica da natureza.
Culto aos Egunguns: Praticado sob direção de um sacerdote mais velho, que evoca as almas dos mortos. Encontrado principalmente na ilha de Itaparica, na Bahia.
Islamismo: Trazido pelas nações Haussás, Malês e Fula (vindas do reino muçulmano do vale do Niger), em 1835 o Islã negro liderou a Revolta dos Malês em Salvador.
Umbanda: Nome dado em vários estados, em especial Rio e São Paulo, para a fé que assimila várias linhas religiosas: culto aos ancestrais, culto aos orixás, kardecismo e cristianismo.
Batuque: Fruto de religiões dos povos da costa da Guiné e da Nigéria, de nações Jeje, Ijexá, Oyó e Oba, cultua os orixás e é encontrado principalmente no Rio Grande do Sul.
Iorubas: Várias nações ocupavam essa área: Mina, Níger, Fanti-Aschanti, Oyo, Jeje, Ketu e Ijexá. Seus moradores cultuavam voduns e orixás.
Bantu: Na região que comportava as nações de Benguela, Angicos, Macuas e Cabinda, praticava-se o culto aos ancestrais.
Tambor de Mina: Nome dado no Maranhão à religião africana praticada de acordo com a tradição jeje-nagô. Os filhos de santo incorporam voduns, orixás e caboclos.
Xangô: Praticado principalmente em Pernambuco. As diferenças com relação ao candomblé são sutis: o dia de oferenda ao orixá ou a fixação do couro no atabaque.
Candomblé: Comum principalmente na Bahia, segue a tradição ioruba e cultua os orixás. Cada um contém uma qualidade específica da natureza.
Culto aos Egunguns: Praticado sob direção de um sacerdote mais velho, que evoca as almas dos mortos. Encontrado principalmente na ilha de Itaparica, na Bahia.
Islamismo: Trazido pelas nações Haussás, Malês e Fula (vindas do reino muçulmano do vale do Niger), em 1835 o Islã negro liderou a Revolta dos Malês em Salvador.
Umbanda: Nome dado em vários estados, em especial Rio e São Paulo, para a fé que assimila várias linhas religiosas: culto aos ancestrais, culto aos orixás, kardecismo e cristianismo.
Batuque: Fruto de religiões dos povos da costa da Guiné e da Nigéria, de nações Jeje, Ijexá, Oyó e Oba, cultua os orixás e é encontrado principalmente no Rio Grande do Sul.
Iorubas: Várias nações ocupavam essa área: Mina, Níger, Fanti-Aschanti, Oyo, Jeje, Ketu e Ijexá. Seus moradores cultuavam voduns e orixás.
Bantu: Na região que comportava as nações de Benguela, Angicos, Macuas e Cabinda, praticava-se o culto aos ancestrais.
Palavras de crença: Expressões marcantes da religiosidade africana. Banto: grupo etnolinguístico
localizado principalmente ao sul do deserto do Saara.
Ioruba: idioma da família linguística que habitava a região que hoje corresponde a Nigéria, Benin e Guiné.
Eguns: mortos.
Orixás: ancestrais divinizados.
Exu: mensageiro dos orixás e dos homens.
Macumba: significa "o tambor".
Padê: despacho oferecido antes de começar os rituais religiosos.
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