Dilma passa ao ataque e a religião entra na campanha - Por Lina Santos
A presidente do Brasil passou ao
ataque na segunda-feira no segundo debate com a adversária Marina Silva, a
ecologista que ameaça a sua reeleição em outubro.
Rousseff e a candidata do PSB
estão empatadas, segundo uma sondagem. Governo resgata proposta de 2009 para
rever Lei das Religiões e conceder benefícios a instituições religiosas.
As medidas avançadas por Dilma
Rousseff são uma resposta do Partido dos Trabalhadores (PT) ao apoio que as
igrejas evangélicas estão a dar à candidatura de Marina Silva, ela própria
evangélica.
As medidas, a que a imprensa brasileira chama de "pacote
anti-marina", pretendem dar resposta à popularidade crescente da candidata
do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Frente a frente pela segunda vez
em uma semana ontem, Dilma Rousseff, candidata à reeleição, aproveitou todas
oportunidades para acusar a candidata apoiada pelo PSB de não explicar como é
que pretende financiar os "os 140 milhóes de reais de despesas [cerca de
46 milhões de euros] previstos no seu programa".
"A candidata Silva falou mas
não respondeu à questão de saber de onde é que ela vai tirar o dinheiro"
para financiar o seu programa, nomeadamente a afetação à educação do
equivalente a 10% do PIB", cita a AFP. "Não se pode apenas prometer",
disse, mais incisiva do que no primeiro debate entre os sete candidatos há uma
semana.
A mudança de tom acompanha as
sondagens, cuja ascensão tem sido fulgurante, depois de Marina Silva ter
entrado na corrida à última hora com a morte do candidato Eduardo Campos, num
desastre de aviação.
Segundo uma primeira sondagem do
Instituto DataFolha publicada na sexta-feira, Marina Silva está empatada com
Dilma Rousseff nas intenções de votos dos brasileiros na primeira volta das
eleições, marcada para 5 de outubro. E pode mesmo ultrapassá-la por 10 pontos a
haver uma segunda volta, com 50% de intenções de voto contra 40% para a
presidente atual.
Marina Silva respondeu aos
ataques de Dilma Rousseff, fragilizada pela sondagem mas também pela entrada em
recessão da economia brasileira no primeiro semestre, dizendo que o programa
seria financiado metendo fim "ao desperdício nas contas públicas".
A candidata do PSB tentou
encostar Rousseff às cordas, dizendo que a presidente deveria admitir os seus
erros.
"Pode parecer que estou plenamente satisfeita. Não estou",
respondeu a presidente pêtista, "no mais perto que esteve da
autocrítica", descreve o jornal "Folha de São Paulo".
Fonte: http://www.dn.pt
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