A morte e a perspectiva teológica - Por Padre Robison Inácio
A fé nos situa no mundo de modo
diferenciado e nos capacita para compreender a impotência humana frente ao
mistério da morte.
Vivemos em uma época marcada pelo materialismo e pelo apego
a tudo o que é fugaz.
É crescente o número de pessoas que têm pavor só de ouvir
falar sobre a morte. Na verdade, o medo de falar sobre a morte revela uma certa
inaceitação diante desse mistério inevitável. Esse medo revela também a
tentativa de ignorar uma passagem importantíssima, que não é apêndice, mas sim
fecho, acabamento da vida terrena.
Quem não pensa sobre o fim da vida terrena
não tem condições de desenvolver a existência, em vista da plenitude. Um olhar
espiritual lançado sobre a realidade terrena nos permite dizer que o provisório
deste mundo nos prepara para a eternidade do mundo vindouro. Para os crentes, a
vida neste mundo consiste na aceitação da constante tensão entre o provisório e
o eterno.
Só Deus pode nos levar ao céu e nos fazer convivas do Banquete Eterno. Somos salvos pela graça, que torna possível o que as nossas boas obras, isoladamente, não conseguiriam lucrar. No caminho em direção ao céu somos ajudados por Aquele que é Senhor do céu e da terra e estabeleceu seu Filho Unigênito como pontífice (ponte) entre a realidade terrena e a realidade celeste.
Só Deus pode nos levar ao céu e nos fazer convivas do Banquete Eterno. Somos salvos pela graça, que torna possível o que as nossas boas obras, isoladamente, não conseguiriam lucrar. No caminho em direção ao céu somos ajudados por Aquele que é Senhor do céu e da terra e estabeleceu seu Filho Unigênito como pontífice (ponte) entre a realidade terrena e a realidade celeste.
Deus nos quer salvos,
nos quer em estado de céu, por isso Ele se dispõe a nos tomar pela mão e a nos
levar. Nossa atitude deve ser a de entrega não relutante, serena e tranquila.
Diante do mistério da morte e do mal, o crente não resiste, não reluta. Sua confiança
no Deus que liberta e ressuscita aos que O amam o leva a aceitar esses
mistérios com serenidade. Só o crente, provado na fé, é capaz de aceitar a
morte com resignação.
A Bíblia nos ensina que a morte, após a o pecado de
nossos primeiros pais, tornou-se a conclusão natural da etapa terrena da
existência e que não temos morada definitiva aqui neste mundo (Hb 13, 14).
Na Comemoração dos Fiéis Defuntos faz-se necessário dizer que nós cristãos católicos, consideramos a afirmação de Santo Agostinho: “não cultuamos os mortos, mas sim a memória deles.”
Na Comemoração dos Fiéis Defuntos faz-se necessário dizer que nós cristãos católicos, consideramos a afirmação de Santo Agostinho: “não cultuamos os mortos, mas sim a memória deles.”
Na liturgia da Igreja experimentamos a
realidade da comunhão dos santos e celebramos a memória dos mortos na eterna
memória de Deus. O filósofo francês, de tradição protestante, Paul Ricoeur
afirma, em uma de suas obras, que “ressuscitar é permanecer vivo na memória de
Deus.”
Certos de que a Ressurreição de Jesus é um fato, celebremos a morte com
pesar e com espírito de penitência; e esperemos pelo fato que marcará,
positivamente, a consumação de nossa história pessoal, no dia juízo final: a
Ressurreição.
Enfim, quando compreendemos a teologia do mistério da morte, entendemos que a morte possui uma dimensão natural e outra sobrenatural e torna-se mais razoável aceitá-la.
Enfim, quando compreendemos a teologia do mistério da morte, entendemos que a morte possui uma dimensão natural e outra sobrenatural e torna-se mais razoável aceitá-la.
Nesse gradual trabalho de aceitação, a fé torna-se indispensável,
embora ela não nos isente de sentir a dor ocasionada pela morte de uma pessoa
que nos é querida.
A fé, enquanto virtude teologal, nos ajuda a compreender e a
aceitar a provisória separação entre nós, que aqui estamos, e aqueles que já
fizeram a passagem definitiva para eternidade. Que os fiéis defuntos, pela
misericórdia de Deus, descansem em paz!
Fonte: http://www.clicfolha.com.br
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