"O Islão não é isto", diz um muçulmano no Porto - Por Teresa Almeida
Tarek El-hasmin é casado há 25
anos com uma portuguesa católica. Diz que os atentados em França não têm nada a
ver com religião: são terrorismo e fanatismo.
“Reza por nós”, diz um muçulmano
para uma católica com quem está casado há 25 anos. O respeito pelas religiões
que professam é mútuo e é assim que gostava que toda a gente visse os árabes.
Em declarações à Renascença,
Tarek El-hasmin condena o atentado em França e garante que o Islão não é isto.
Fala dos dois terroristas que atacaram o jornal “Charlie Hebdo” como muçulmanos
radicais, fanáticos, com os quais não concorda.
Michel, nome que adoptou depois
de ter começado a trabalhar no Luxemburgo, porque a sua patroa não conseguia
reproduzir o seu nome árabe, está na Europa Ocidental há mais de meio século.
Garante que não sentiu “nenhuma”
dificuldade em adaptar-se. “Na Tunísia estamos habituados ao turismo e aos
turistas e senti-me sempre preparado”, explica.
Primeiro no Luxemburgo, depois em
Portugal, este tunisino, mantém as tradições árabes. “Todos os dias vou à
mesquita, faço as minhas rezas. Não bebo álcool, cumpro as minhas tradições
muçulmanas”, remata Tarek ou Michel.
Devoto de Alá, é casado há 25
anos com uma portuguesa, católica. Diz Tarek que em casa nunca houve uma
discussão sobre religião que professam.
“Ela respeita a minha religião e eu
respeito a dela. Ela vai todos os domingos à Igreja e antes de o fazer liga-me
e diz-me que vai lá e até respondo: reza por nós”.
Tarek não se sente mal em entrar
em Igrejas Católicas. Garante que já o fez muitas vezes, já foi a baptizados,
comunhões e casamentos. “A isto chama-se respeito”, sublinha.
E é por esse respeito que Tarek
diz não aceitar o que se passou em França. “O Islão não é isto, não há nada no
Corão que diga isto. Para mim, isto é terrorismo e fanatismo. Nada tem a ver
com a minha religião”, frisa.
Emocionado e quase sem palavras,
acaba por dizer que o que viu em França o deixou “muito chocado”.
É por sentir que em Portugal há
paz, e que não há racismo, na há confusão, não há atentados que quer continuar
a viver no Porto onde tem um Kebab. “É um paraíso na Terra”, remata Tarek.
Fonte: http://rr.sapo.pt
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