As religiões nas próximas décadas – Por Gabriela Ruic
Um estudo do Pew Research Center,
uma organização que conduz pesquisas independentes sobre diferentes temas e em
escala global, procurou traçar um panorama sobre as religiões no
mundo nos próximos cem anos.
Para tanto, “The Future of World
Religions: Population Growth Projections” contou com a ajuda de especialistas
para investigar projeções demográficas de grupos religiosos (como budistas, cristãos, hindus, judeus,
muçulmanos, além de religiões associadas a costumes tribais e também os
chamados de “não filiados”, que incluem ateus e agnósticos) a partir de suas
distribuições geográficas, taxas de fertilidade e mortalidade e padrões
migratórios.
Mas o Pew Research Center alerta:
todas estimativas são baseadas em tendências atuais e levam em conta indivíduos
se designam especificamente como parte de uma ou outra religião. “Agora, o que
significa ser cristão, muçulmano ou judeu irá variar de pessoa para pessoa, de
país para país e de década para década”.
Em 2050
A quantidade de muçulmanos no
mundo irá quase que se equiparar ao número de cristãos (2,8 bilhões contra 2,9
bilhões) e 10% de toda a população europeia seguirá está religião.
Juntos, muçulmanos e cristãos vão
corresponder a 69% da população mundial. Quatro em cada 10 cristãos do mundo
vão viver na África subsaariana. A única religião que não deve observar
crescimento em seu número de fieis é o budismo. De acordo com a pesquisa, as
baixas taxas de fertilidade em países como China, Japão e Tailândia serão as
maiores causas desta estagnação.
Já entre os hindus, o número de
seguidores deve crescer 34% até 2050, atingindo a marca de 1,4 bilhão de
pessoas. A quantidade de judeus deve crescer apenas 16% nas próximas décadas. A
expectativa é que o número de seguidores desta religião seja de pouco mais de
16 milhões.
O número de pessoas sem filiação
religiosa deve cair. Segundo a análise, 16% das pessoas do planeta hoje se
descrevem como ateias, agnósticas ou dizem não se identificar com nenhuma
religião. Em 35 anos, este grupo corresponderá a 13% da população mundial. Esta
população de não filiados estará majoritariamente concentrada em países com
baixas taxas de fertilidade, como na Europa ocidental, América do Norte, China
e Japão. Nos EUA, por exemplo, este grupo crescerá dos atuais 16% para 26% em
2050.
Já na Europa, estas pessoas vão
corresponder a 23% da população de todo o continente. É o cristianismo a
religião que será a mais impactada pela perda de fieis. De acordo com a
entidade, 40 milhões de pessoas se tornarão cristãs, mas 106 milhões de pessoas
deixarão de seguir esta fé.
O grupo de não filiados ganhará
96 milhões de pessoas, enquanto que 36 milhões de indivíduos passarão a se
designar como fiel de alguma religião; Cinco países (França, Macedônia, Nova
Zelândia, Bósnia-Herzegovina e Holanda) deixarão de ter os cristãos como
maioria.
A maioria das pessoas na França
não terão uma religião específica e o mesmo acontecerá na Nova Zelândia e na
Holanda. Já na Bósnia-Herzegovina e na Macedônia, a maior parte das pessoas
será muçulmana.
Em 2100
Os muçulmanos desbancarão os
cristãos e se tornarão a maior religião do planeta. O islamismo estará presente
na vida de 35% das pessoas.
Fonte: http://exame.abril.com.br
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