Patrimônio da humanidade – Por Ricardo Ernesto
A importância da preservação do
patrimônio da humanidade
Patrimônio da Humanidade é
juridicamente considerado um bem material ou imaterial sob a tutela de um
governo ou instituição. Foi criado pela Organização das Nações Unidas para a
Educação Ciência e Cultura (UNESCO) em 1972, para proteger edifícios,
monumentos, ilhas, montanhas, florestas ou cidades, que por suas
características históricas, culturais, científicas ou ambientais são um bem
importante de ser preservado no interesse de toda a humanidade.
A ideia de criar a figura
jurídica do patrimônio da humanidade surgiu em 1959, quando o Egito decidiu
construir a represa de Assuã; obra que inundaria monumentos da antiga
civilização egípcia. Com recursos arrecadados pela ONU, templos e monumentos
puderam ser removidos para locais afastados da represa, ficando preservados
para a posteridade.
Além do valor sentimental para um
povo, uma cultura ou religião, o patrimônio histórico também pode ter valor
estético, cultural, científico e histórico para outros povos e culturas.
A cidade de Jerusalém, por
exemplo, tem valor religioso e cultural para muitas nações, culturas e
religiões. Além disso, a metrópole tem valor histórico e arqueológico para
cientistas e estudiosos de todos o mundo, interessados em pesquisar este
importante foco cultural e político na Antiguidade. Sob esta ótica, o
patrimônio histórico é um local no qual aprendemos algo de novo; seja
individualmente, visitando o Coliseu romano e imaginando os grandes espetáculos
ali ocorridos; ou como sociedade, quando biólogos descobrem uma nova espécie de
mamífero em uma floresta protegida.
A história nos relata que no
passado os locais de interesse cultural, histórico ou científico raramente eram
preservados. Guerras, revoltas, lutas religiosas, terremotos e incêndios, além
da incapacidade de compreender o valor cultural e científico das coisas,
fizeram com que muitas obras humanas e naturais fossem destruídas ao longo dos
últimos cinco ou seis mil anos de história.
Os relatos históricos sobre
civilizações, cidades, construções e obras de arte da Antiguidade, nos dão uma
ideia do volume de informações que perdemos sobre o nosso passado. Até que
ponto, nossa civilização seria atualmente diferente, se, por exemplo, a famosa
biblioteca de Alexandria, fundada no terceiro século antes da era cristã,
tivesse escapado ao incêndio que a destruiu no século VII? A coleção continha
todas importantes obras de cientistas, artistas, filósofos, escritores e
historiadores da Antiguidade; conhecimento que nunca chegou até nós.
O filósofo Karl Marx dizia que
"A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como
farsa". Infelizmente, quando se trata da destruição do patrimônio da
humanidade, a história é sempre uma tragédia.
Os frequentes ataques a museus e
obras de arte antiga, culminando com a destruição das ruínas da milenar cidade
assíria de Nimrud, perpetradas pela milícia do Estado Islâmico, são um atentado
contra toda a humanidade. Da mesma forma, no entanto, devemos classificar a
sistemática destruição de florestas ou ecossistemas únicos, habitados por
espécies desconhecidas e que estão sendo definitivamente eliminadas.
Patrimônio da humanidade é um bem
que pertence a todos. Não pode ser utilizado e destruído sob qualquer
argumento; seja por causa político-religiosa, como no caso das ruínas de
Nimrud, ou para gerar lucros para grupos econômicos, como na derrubada da
floresta amazônica.
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