O suicídio sob a ótica espírita – Por Ana Elizabeth Diniz
Para cada pessoa que tira a
própria vida, mais de 20 tentam se matar.
O suicídio é considerado um problema
de saúde pública no Brasil e no mundo. É preocupante o número de
autoextermínios, que, em 90% dos casos, está associado a patologias de ordem mental
diagnosticáveis e tratáveis.
A informação é a melhor forma
para se salvarem vidas. Pensando assim, o jornalista e professor André
Trigueiro, 48, escreveu: “Viver é a Melhor Opção”, que será lançado nesta
quinta-feira (10/06) em Belo Horizonte.
O livro analisa as causas que
levam as pessoas a colocarem fim às próprias vidas, traz estatísticas, cita
fatores de risco e aborda a visão espírita, ampliando os horizontes de
investigação sobre o assunto. “Não importa a corrente
filosófica, humanista ou espiritualista, à qual estejam vinculados os
suicídios. A luta em favor da vida é a causa comum, o que empresta sentido ao
conceito de civilização”, diz o escritor.
Trigueiro era católico e se
converteu ao espiritismo em 1987, quando tinha 21 anos. “Fiquei encantado pela
forma como essa filosofia espiritualista explica as leis que regem a vida e o
universo. Acho muito interessante também o fato de não ser uma doutrina
proselitista, ao afirmar que ‘fora da caridade não há salvação’
(independentemente do credo), e de não se apresentar como o único caminho que
leva a Deus”, comenta.
Para ele, dentre todas as grandes
religiões e tradições espiritualistas do Ocidente e do Oriente, a doutrina
espírita parece ser a que disponibiliza mais informações sobre a realidade do
suicida no plano espiritual.
“Para os espíritas, em nenhuma
hipótese o suicídio representa alívio ou solução para os problemas. Pelo
contrário, agrava-se a situação de quem, pelos mais variados motivos,
malbaratou a oportunidade de aproveitar a existência para avançar na senda
evolutiva. Somos reencarnacionistas, e para
nós não existem penas eternas. Mas o período de desequilibro que sucede o
autoextermínio pode ser mais ou menos longo (dependendo de cada caso) e
invariavelmente doloroso”, explica o jornalista.
Motivos não faltam àqueles que
ceifam suas vidas. Muitas vezes acredita-se que o suicida pode ter agido sob a
influência de um espírito obsessor. “Quando não se conhece
devidamente a doutrina espírita, pode-se ‘terceirizar’ com muita facilidade os
nossos erros, responsabilizando os obsessores. Em outras tradições, culpa-se o
diabo. E nós nessa história? Somos apenas vítimas?”, questiona Trigueiro.
Segundo ele, o espírito de
Marcelo Ribeiro, que ditou belas mensagens e textos para o médium Divaldo
Pereira Franco, disse certa vez que “nós não somos outros espíritos. Somos os
algozes do passado travestidos de vítimas do presente”.
“A lei de causa e efeito, uma das
leis de Newton, é um dos fundamentos importantes do espiritismo. Quem semeia o
mal colhe o mal, quem semeia o bem colhe o bem. Obsessores, quando aparecem, se
percebem no suposto direito de fazer ‘justiça’. E atrapalham a existência
daqueles que sofrem suas influências. Não se dão conta do erro que cometem, e
do quanto essa postura atrasa suas jornadas evolutivas. Importa que o obsidiado
perceba o que acontece e peça sinceramente perdão pelos erros do passado”,
observa Trigueiro.
Para a doutrina espírita, o
desligamento do corpo de um suicida ocorre de forma muito dolorosa. “Ele
encontra dificuldades em se afastar do corpo físico logo após o desencarne,
gerando grande aflição, pois sofrerá as impressões do que venha a acontecer ao
cadáver durante o processo de decomposição da matéria orgânica”, assinala
Trigueiro.
Serviço:
Sempre um Papo com
André Trigueiro, dia 12 próximo, às 19h30, no Hospital Mater Dei, sala de eventos,
2º andar. Avenida do Contorno, 900, Santo Agostinho. Entrada franca.
Informações: (31) 3261-1501.
Perispírito
Violência. O autoextermínio
produz estragos importantes na matriz espiritual do suicida, no perispírito,
que, em alguns casos, podem levar mais de um século para serem sanados.
Dependentes de álcool e
tabagistas são suicidas
A leitura que a doutrina espírita
faz do suicídio é bastante abrangente. É interessante ressaltar que para os
espíritas não existe a morte, ou seja, o espírito que pratica o autoextermínio
considera que vai ceifar sua vida, mas isso não acontece, porque o espírito
continua vivo do lado de lá.
“O primeiro grande choque se dá
quando o suicida percebe-se vivo, quando descobre que a morte não existe e que
a dor que o afligia foi potencialmente agravada pelas consequências de seu ato.
Para quem procurava uma solução, o desapontamento é evidente”, comenta o
jornalista André Trigueiro.
Mas existe outra forma de
autoextermínio, que os espíritas chamam de suicídio indireto, que é menos
conhecida.
“Suicídio é também tudo que se
faz conscientemente para apressar a extinção das forças vitais. O mais
importante objetivo da vida é evoluir, e, para isso, dispomos de um poderoso
combustível chamado fluido vital. Quando desperdiçamos vigorosamente esse
fluido com atividades desimportantes e comprometedoras para a resiliência do
organismo, precipitamos o retorno à pátria espiritual”, pondera Trigueiro.
Segundo ele, no livro: “Nosso
Lar”, psicografado por Chico Xavier, o espírito de André Luiz desencarna mais
cedo que o previsto por complicações causadas pelo tabagismo, pela bebida e
pelas noitadas. “De acordo com a obra, ele passou oito anos padecendo no umbral
pela culpa de ter consumido suas preciosas energias vitais de forma tão
displicente e irresponsável”.
Livro: “Viver É a Melhor Opção”
André Trigueiro
Editora Espírita Correio Fraterno
192 páginas
André Trigueiro
Editora Espírita Correio Fraterno
192 páginas
Fonte: http://www.otempo.com.br
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