Confissões religiosas apoiam expansão da assistência de saúde/África


O Conselho das Religiões de Moçambique vai apoiar o Governo moçambicano na expansão da assistência de saúde no país, no âmbito do Plano Estratégico do Setor de Saúde, anunciou hoje a ministra moçambicana da Saúde, Nazira Abdula.

"A nossa cobertura nacional, em termos de unidades sanitárias, não atinge boa parte da população, daí que as confissões religiosas sempre estiveram do nosso lado na assistência e no alívio das necessidades da população", disse Nazira Abdula, falando durante a assinatura do memorando de entendimento entre o Ministério de Saúde e o Conselho das religiões de Moçambique.

O acesso aos serviços sanitários ainda constitui um problema para os moçambicanos, com o Ministério da Saúde a desenvolver parceiras no âmbito da implementação das estratégias de expansão dos serviços de saúde pelo país, principalmente nas zonas rurais, onde vive a maior parte da população.

Apontando para as consequências da guerra civil, um conflito entre a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) e o Governo que durou 16 anos e destruiu numerosas infraestruturas, entre hospitais e centros de saúde, Nazira Abdula destacou a importância das religiões na assistência às vítimas do conflito que causou a morte de cerca de um milhão de pessoas em Moçambique.

"As confissões religiosas sempre estiveram junto das populações, socorrendo-as e criando condições básicas nas componentes da formação e tratamento", salientou a ministra moçambicana, reiterando que o seu executivo, em parceria com as confissões religiosas moçambicanas, vai usar todos meios disponíveis para melhorar assistência de saúde no país.

Por seu turno, o presidente do Conselho das Religiões de Moçambique, Aminuddin Muhammad, disse, disse sem avançar detalhes, que o memorando é extensivo a várias áreas ligadas à saúde, destacando que o objetivo principal da cooperação é criar condições para o "bem-estar físico e espiritual" das populações.

"Nós, como Conselho das Religiões, estamos nesse ramo de servir a humanidade criando a saúde espiritual há muito tempo e agora, com esta aliança que se criou com o Ministério da Saúde, vamos completar a nossa missão", afirmou o líder muçulmano, assinalando que um dos métodos para implementação do acordo será a sensibilização das pessoas ao nível das congregações religiosas.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, entre 2002 e 2009, a percentagem de moçambicanos com acesso a uma unidade de saúde a menos de 45 minutos a pé aumentou de 55% para 65%, mas a população continua a crescer, com uma taxa média de 2,6 por cento por ano, principalmente nas zonas rurais.






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